ENSP recebe gestores municipais de diferentes regiões do país para oficina e entrevistas sobre uso de tecnologias digitais na gestão do SUS

Por Observatório do SUS (ENSP/Fiocruz)Publicado em 01/09/2025 17:3  Nos dias 27 e 28 de agosto, a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) recebeu gestoras e gestores municipais das cinco macrorregiões brasileiras para participar de uma série de entrevistas e de uma oficina sobre o uso de tecnologias digitais na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). A atividade foi coordenada por Mariana Vercesi de Albuquerque, pesquisadora da ENSP/Fiocruz, e organizada pelo Observatório do SUS (ENSP/Fiocruz), em parceria com o projeto “Implicações das Tecnologias Digitais nos Sistemas e Serviços de Saúde”, da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030, sob coordenação especial ligada à Presidência da Fiocruz, por meio da Iniciativa Saúde Amanhã, dedicada à prospecção do sistema de saúde brasileiro.  O objetivo da série de entrevistas foi registrar, analisar e divulgar experiências relevantes de uso de tecnologias digitais na gestão do SUS, com foco especial na Atenção Primária à Saúde (APS). Para promover trocas e reflexões mais aprofundadas, a programação incluiu, no segundo dia, uma oficina em formato de roda de conversa, oferecendo um espaço coletivo de escuta, diálogo e compartilhamento das experiências municipais no campo da saúde digital.  Para o coordenador do Observatório do SUS e vice-diretor da Escola de Governo em Saúde da ENSP/Fiocruz, Eduardo Melo, a iniciativa reforça o papel estratégico do Observatório. “A agenda de tecnologias digitais tem importância estratégica no contexto mais amplo da digitalização do SUS. Ao acompanhar e dar visibilidade às experiências municipais, o Observatório do SUS cumpre sua missão de contribuir para que a gestão pública de saúde seja fortalecida a partir do diálogo com a academia e com os serviços. Esta oficina representa um dos esforços que temos feito para aproximar esses campos e reforça que a saúde digital é uma das pautas que vêm sendo acompanhadas pelo Observatório.”  Foto: Virginia Damas (ENSP/Fiocruz) Participaram da agenda gestores e gestoras de diferentes regiões do país, como Glória Araújo Pereira, Coordenadora da Rede de Atenção Primária à Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande/MS; Gustavo Godoy, Gerente Geral de Saúde Digital da Secretaria de Saúde do Recife/PE; Jane Sescatto, superintendente de Gestão da Secretaria Municipal de Curitiba/PR; Larissa Cristina Terrezo Machado, Superintendente de Atenção Primária da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro/RJ; Rachel Cristine Diniz da Silva, Gerente de Planejamento e Projetos da Secretaria Municipal de Saúde de Vila Velha/ES; Sanay Souza Pedrosa, Diretora do Departamento de Inteligência de Dados da Secretaria de Saúde de Manaus/AM; e Tatiane Filipak, Secretária de Saúde de Curitiba/PR. O grupo trouxe olhares diversos sobre o processo de digitalização do SUS, tanto pela trajetória profissional de cada convidado quanto pela atuação em diferentes funções de gestão, garantindo a representatividade nacional e enriquecendo os debates.   De acordo com Anamaria Schneider, assessora do Observatório do SUS, a aproximação entre diferentes atores foi um dos pontos mais relevantes. “Iniciativas como esta permitem não apenas conhecer inovações em curso nos municípios, mas também criar espaços de reflexão conjunta, aproximando gestores, serviços e pesquisadores. Esse movimento amplia a compreensão sobre os desafios da digitalização do SUS e fortalece a construção de respostas colaborativas”.  Durante as atividades, os participantes ressaltaram a importância de iniciativas como essa para dar visibilidade às experiências locais e criar um ambiente de troca entre diferentes cidades. Muitos destacaram que espaços de diálogo como o proporcionado pela ENSP permitem aproximar academia, gestão e serviços de saúde, ampliando a compreensão sobre os desafios e caminhos da transformação digital do SUS.  A oficina, realizada no dia 28, buscou refletir sobre o papel das tecnologias digitais na gestão em saúde, os desafios de implementação e sustentação das iniciativas, e a integração dessas experiências às políticas nacionais de saúde digital. Em um ambiente colaborativo, as discussões valorizaram a diversidade de contextos municipais e a necessidade de fortalecer canais de escuta entre os diferentes níveis de governo.  De acordo com Marcelo Fornazin, pesquisador da ENSP/Fiocruz e coordenador do GTISP da Abrasco, “as entrevistas e a oficina foram muito importantes para a gente documentar, dar visibilidade e disseminar boas práticas de uso de tecnologias digitais e inovações de saúde digital na atenção primária e nos municípios do Brasil. Nós percebemos uma efervescência de iniciativas como telesaúde, sistemas de agendamento, redução de absenteísmo, vigilância em saúde e uso de dados para epidemiologia.”  Ele ressalta que muitas dessas iniciativas estão em curso nos municípios, mas ainda sem o devido alcance nacional: “muitas vezes não conseguimos ter a real dimensão de quanto isso está espalhado pelo país. Reunir essas gestoras e gestores para discutir essas inovações permite perceber esse movimento e fortalecer, cada vez mais, o protagonismo dos municípios na área de saúde digital.”  Foto: Divulgação (ENSP/Fiocruz) Além da troca de conhecimentos, a atividade também promoveu conexões entre os participantes, que relataram sair do encontro motivados em continuar o diálogo iniciado na ENSP.  Na avaliação de Mariana Vercesi de Albuquerque, pesquisadora da ENSP/Fiocruz e coordenadora da atividade, “os municípios estão liderando experiências importantes de uso de tecnologias digitais na gestão do SUS. Queremos enxergar, com amplitude e profundidade, o que está acontecendo hoje a partir dos municípios e precisamos dar visibilidade a essas experiências. A oficina constituiu um espaço privilegiado de diálogo e troca de aprendizados entre gestores e acadêmicos. Os resultados permitirão elencar grande parte das questões estratégicas e dos pontos críticos que permeiam o uso das tecnologias digitais no SUS, com foco na gestão do sistema. Os aprendizados podem apontar caminhos para inspirar outras experiências e colaborar com a Estratégia de Saúde Digital para o Brasil e com o Programa SUS Digital. Todos ressaltaram a importância do Observatório do SUS ao dar espaço para a divulgação das experiências municipais, por meio das entrevistas com cada convidado e do relatório síntese da oficina.”  As entrevistas em vídeo e materiais de acesso aberto serão publicadas em breve pelo Observatório do SUS, ampliando o conhecimento sobre as experiências em saúde digital desenvolvidas em diferentes municípios do país.  Em outubro de 2024, o Observatório do SUS, em parceria com a equipe do projeto “Implicações das Tecnologias Digitais para o Sistema de Saúde”, da Iniciativa Saúde Amanhã/ Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030, também promoveu …

AMAZÔNIA EM ALERTA: evento debate os impactos da crise climática na saúde pública

Por Por Elenita Araújo / EbserhPublicado em 25/08/2025   Ação integrou as mobilizações preparatórias rumo à COP30, com um dia de debates e rodas de conversa entre diferentes esferas do sistema de saúde. Belém (PA) – A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP30), que será realizada em Belém este ano, será palco de uma grande mobilização global em prol das negociações climáticas. Com o objetivo de inserir a saúde nesse debate, o Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (CHU-UFPA), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), promoveu o seminário “Amazônia em Alerta: Saúde e Clima rumo à COP 30”. A iniciativa reuniu autoridades, pesquisadores, gestores de saúde e representantes da sociedade civil para discutir os impactos da crise climática na região, na última quinta-feira (21), no Hotel Sagres, na capital paraense. A programação, promovida pelos hospitais universitários João de Barros Barreto (HUJBB) e Bettina Ferro de Souza (HUBFS), que integram o CHU-UFPA, foi aberta ao público e fez parte das mobilizações preparatórias para a COP30. O evento contou com um dia inteiro de debates e rodas de conversa entre diferentes esferas do sistema de saúde. Estiveram presentes representantes da Ebserh, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Ministério da Saúde e Central Única dos Trabalhadores (CUT). Para a superintendente do CHU-UFPA, Regina Barroso, é urgente tratar a crise climática também como uma crise sanitária. “O aumento das temperaturas, as enchentes, as secas e os desastres ambientais agravam os problemas de saúde já existentes e podem acarretar o aparecimento de doenças decorrentes das mudanças climáticas. Por isso, os hospitais universitários da Amazônia precisam se preparar para dar respostas rápidas e qualificadas a essas emergências”, afirmou. Segundo Paulo Gadelha, doutor em saúde pública e coordenador da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030 (EFA 2030), a realização do evento é especialmente relevante neste momento que antecede as discussões climáticas. “Esse evento representa algo muito significativo, primeiro porque está acontecendo em Belém, nesse momento decisivo. A Amazônia sofre os impactos mais graves da crise climática, mas é também onde nascem, com vigor, as possibilidades de resistência e de soluções”, destacou. Gadelha também anunciou a criação do Centro de Clima e Saúde, em Rondônia, uma iniciativa da Fiocruz que será levada como legado para a conferência internacional. Segundo ele, o centro funcionará como uma “âncora importantíssima” para pesquisas, políticas públicas e estratégias de preparação do sistema de saúde para enfrentar os efeitos da emergência climática, beneficiando não apenas a região amazônica, mas todo o Brasil. A diretora de Gestão de Pessoas da Ebserh, Luciana Viana, que representou o presidente da estatal, Arthur Chioro, também enfatizou a relevância do encontro no contexto da COP30. Para ela, discutir os impactos da emergência climática a partir da saúde, em especial no âmbito dos hospitais universitários, é fundamental para que as instituições se preparem diante das transformações já em curso. “O evento é extremamente relevante porque traz um recorte para a área da saúde, para os impactos na saúde humana. Os hospitais universitários da Rede Ebserh também devem se posicionar e se preparar para essa mudança”, afirmou. Luciana lembrou que em sua fala apresentou o esforço da rede na adequação da atenção hospitalar à saúde indígena, mas ressaltou que os desafios vão além, incluindo mudanças no perfil epidemiológico da população e a necessidade de modernização da infraestrutura hospitalar para reduzir os impactos ambientais das operações. Ela reforçou o compromisso da estatal com as agendas climáticas e ambientais, em parceria com o Ministério da Saúde e em alinhamento às estratégias do Ministério da Educação, ao qual a empresa pública é vinculada. Política ambiental da Ebserh A Política Ambiental da Rede Ebserh orienta todas as decisões e ações da estatal, com um forte compromisso com a sustentabilidade. A Estratégia 2024-2028 estabelece 24 objetivos, entre eles o de promover sustentabilidade ambiental e responsabilidade social em Rede, no pilar ESG. Para cumpri-lo, a estatal lançou sua nova Política Ambiental, que define diretrizes para administração, proteção e conservação no âmbito dos hospitais universitários federais. O documento orienta todas as unidades a atuarem de forma ética e monitorada, incentivando uma cultura sustentável que envolva trabalhadores, usuários, terceirizados e fornecedores. Também prevê ações de formação e educação ambiental, integrando a sustentabilidade ao planejamento e às decisões da Rede Ebserh.

Fiocruz e USP promovem diálogo internacional sobre sistemas alimentares, saúde e justiça social

João Paulo Cavalcante/OBHA-Fiocruz Brasília Evento será realizado no Rio de Janeiro, em 5 de setembro, com a presença de especialistas nacionais e internacionais A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em articulação com a Universidade de São Paulo (USP), realiza o Encontro Estratégico Fiocruz–USP: “Sistemas Alimentares em Disputa – Ciência, Regulação, Políticas Públicas e Justiça Social”.                    O evento ocorrerá no Rio de Janeiro, no dia 5 de setembro, e reunirá cerca de 100 participantes no Hotel Windsor Flórida, entre pesquisadores, estudantes e representantes da sociedade civil, para debater os impactos dos sistemas alimentares sobre a saúde coletiva, os modos de vida e a democracia. Organizado pela Fiocruz Brasília, por meio do Observatório Brasileiro de Hábitos Alimentares (OBHA), o encontro é uma resposta direta aos crescentes ataques à ciência e à tentativa de descredibilizar evidências consolidadas sobre os efeitos nocivos dos alimentos ultraprocessados. A iniciativa reforça a cooperação estratégica entre duas das mais importantes instituições públicas de ciência e saúde do país — Fiocruz e USP — e busca promover políticas alimentares saudáveis, sustentáveis e justas. A programação conta com painéis interdisciplinares, uma conferência internacional e nomes de destaque, como Carlos Monteiro (USP), formulador do conceito de ultraprocessados e referência global em saúde pública; e Claude Fischler, do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS – França), antropólogo renomado por suas pesquisas sobre alimentação, comensalidade e cultura. Entre os temas abordados estão: Regulação dos alimentos ultraprocessados e desafios de políticas públicas; Soberania alimentar, justiça social e os impactos territoriais da alimentação; Pressões da indústria e papel do advocacy; e Desigualdades alimentares relacionadas a raça, gênero e classe. Conferência Internacional – Claude Fischler e Carlos MonteiroO ponto alto do evento será a conferência da tarde, que propõe um diálogo inédito entre Carlos Monteiro e Claude Fischler, conectando ciência e cultura alimentar. Com tradução simultânea, os especialistas discutirão os sentidos simbólicos da alimentação nas sociedades contemporâneas e os impactos dos sistemas alimentares na saúde pública. O evento resultará em uma edição especial dos Cadernos OBHA, reunindo análises, registros e propostas que contribuam para políticas públicas baseadas em evidências e sensíveis à diversidade cultural brasileira. Confira a programação aqui. Garanta a sua inscrição aqui. Serviço: “Sistemas Alimentares em Disputa – Ciência, Regulação, Políticas Públicas e Justiça Social” Data e local: 5/9/2025Horário: das 9h às 16h15Local: Hotel Windsor Flórida – Flamengo, Rio de JaneiroProgramação: clique aquiMais informações e inscrições: clique aqui

Comunidade acadêmica e científica da Amazônia se reúne em Manaus com presidente da COP 30

Por Fiocruz AmazôniaPublicado em 18/08/2025 15:48 Imagem: COP 30/Divulgação O Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão, em parceria com as universidades, instituições de ciência e tecnologia (ICTs) e institutos federais da Amazônia Legal, promove nos dias 19 e 20 de agosto, na Universidade Federal do Amazonas, em Manaus, o Encontro da Comunidade Científica e Tecnológica da Amazônia com a Presidência da COP 30. O encontro, que contará com a presença do presidente da COP 30 no Brasil, o embaixador André Côrrea do Lago, tem como objetivo apresentar um documento elaborado por 40 instituições com contribuições de soluções para a Agenda de Ação do Mutirão Global contra a Mudança do Clima para o período de 2025 a 2035, bem como para a COP30, que acontece em Belém, em novembro. A iniciativa está sendo organizada por instituições como a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior – Andifes (Norte); o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica – CONIF (Norte); a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA; a Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz/MS; o Instituto Evandro Chagas – IEC/MS; o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA; Museu Paraense Emílio Goeldi – MPEG; Rede de Universidades Estaduais da Amazônia Legal (ABRUEM). Os eixos que serão discutidos no encontro são: Transição nos Setores de Energia, Indústria e Transporte; Gestão Sustentável de Florestas, Oceanos e Biodiversidade; Transformação da Agricultura e Sistemas Alimentares; Resiliência em Cidades, Infraestrutura e Água; Desenvolvimento Humano e Social; Objetivos Transversais – Financiamento, Inovação e Governança, entre outros. SERVIÇO Encontro da Comunidade Científica e Tecnológica da Amazônia com a Presidência da COP 30 Dia 1 Data: 19 de agosto de 2025, a partir de 8h30 Local: Auditório Vitória Régia, Centro de Ciências do Ambiente (CCA) – Campus Universitário Sen. Arthur Virgílio Filho – Setor Sul Dia 2 Data: 20 de agosto de 2025, a partir de 8h30 Local: Auditório Eulálio Chaves, Centro de Ciências do Ambiente (CCA) – Campus Universitário Sen. Arthur Virgílio Filho – Setor Sul

Fiocruz divulga nota em defesa da Saúde Pública

Por Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)Publicado em 15/08/2025 11:55 Em nota divulgada nesta sexta-feira (15/8), a Fiocruz, historicamente comprometida com a democracia, reforça seu apoio ao Programa Mais Médicos para o Brasil, reafirmando seu compromisso com o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Abel Ramírez Fálcon realizando atendimento domiciliar de uma senhora. Foto: Araquém (Acervo Casa de Oswaldo Cruz- COC/Fiocruz). Abaixo, leia a nota na íntegra. “Nota em defesa da Saúde Pública A comunidade da saúde pública brasileira foi surpreendida, nesta quarta-feira (13/8), com a revogação e a imposição de restrições a vistos norte-americanos de funcionários do governo brasileiro e ex-funcionários da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) diante da justificativa de participação destes profissionais no Programa Mais Médicos. A descabida restrição, que alega estar baseada em parceria mediada pela Opas entre 2013 e 2018, cita os sanitaristas Mozart Sales, atual secretário de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, atual coordenador-geral para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) · Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). Enquanto instituição pública dedicada à vida, à Ciência e à Saúde, historicamente comprometida com a democracia, a Fiocruz se solidariza com os dois sanitaristas atingidos pelas medidas restritivas e reforça seu apoio ao Programa Mais Médicos para o Brasil, reafirmando seu compromisso com o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), maior sistema público universal de saúde e reconhecido globalmente como referência e inspiração. O Programa Mais Médicos, instituído no Brasil originalmente por Medida Provisória, foi objeto de intenso debate nacional do qual resultou a Lei 12.871, de 22 de outubro de 2013, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pela Presidência da República. Com esse dispositivo legal, tornou-se realidade o princípio da Constituição brasileira que estabeleceu a responsabilidade do Estado no provimento e na formação de recursos humanos para o SUS. Técnica em enfermagem em atendimento domiciliar no sertão do Jeremoabo. Foto: Araquém (Acervo Casa de Oswaldo Cruz- COC/Fiocruz). As análises sobre os resultados do Programa Mais Médicos deixam claras suas contribuições efetivas para a redução das desigualdades em saúde no Brasil. Uma extensa lista de estudos avaliativos indicam que o programa reduziu a escassez de médicos em áreas remotas, além de apontar que os usuários estavam satisfeitos com o atendimento proporcionado pelo Programa. Os estudos de avaliação também relatam um menor número de internações hospitalares evitáveis nos municípios atendidos e melhorias nos serviços prestados. Vários estudos relataram ainda uma melhora importante nas relações médico-paciente, bem como aumento na continuidade do tratamento. A Fiocruz reafirma a intransigente defesa da democracia e soberania do país e seu compromisso com a construção de sistemas de saúde socialmente mais justos”.  Na Fiocruz Mais na FiocruzAgência Fiocruz de Notícias

Rumos da Agenda 2030 são discutidos em Seminário na Fiocruz

Por Carlos Gustavo TrindadePublicado em 15/08/2025 10:36 Pouco após a reunião do High-level Political Forum (HLPF) na cidade de Nova York, em julho, o seminário “Agenda 2030 e ODS – Onde estamos, para onde vamos?”, série dos Seminários Avançados em Saúde Global e Diplomacia da Saúde promovido pelo Centro de Relações Internacionais em Saúde (CRIS/Fiocruz), teve um consenso dos participantes quanto a comparar os avanços no desenvolvimento sustentável de 2015 com a atual fase crítica de seguidos retrocessos, sobretudo nos campos político, social e econômico, com grandes reflexos negativos na Agenda 2030.   No HLPF, todos os países do mundo, anualmente, se reúnem para fazer um balanço da Agenda 2030. Esse fórum está ligado ao Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (ECOSOC), um dos grandes segmentos que compõe as Nações Unidas no qual, em 2015, ano de grandes mudanças em prol do desenvolvimento, foi lançado o plano global adotado pela ONU, com 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas, visando um futuro mais sustentável e justo para todos até 2030, conhecido como Agenda 2030.  Negação dos EUA à Agenda 2030 Na abertura do evento, Paulo Buss, diretor do CRIS/Fiocruz e ex-presidente da Fundação, criticou a atual política protecionista dos EUA, que tem negativos reflexos nas metas dos ODS, da qual se desligou recentemente. Para ele, trata-se de um rechaço brutal da maior potência militar e política do planeta, os EUA, na reunião de março da Assembleia Geral das Nações Unidas.  “A retirada dos EUA como uma ostra fechada em seu unilateralismo, com imposições que transformam a ordem econômica, agora tentando alterar a ordem política (…), e ignorando solenemente que o país participe da Agenda 2030”, lamentou Buss.  Anos de esperança de uma nova realidade social Comparações sobre avanços e retrocessos no desenvolvimento sustentável tem reforço na apresentação de Santiago Alcázar, embaixador e pesquisador honorário da Fiocruz.  Ao passar a ideia de uma ‘fotografia’ baseada no universo de pessoas, das instituições, das agências terceirizadas para refletir qual era, em 2015, o estado do mundo, remete às séries fotográficas de Sebastião Salgado sobre a realidade social. Isso para saber se nós havíamos avançado ou não com respeito à ‘fotografia’ original que foi tirada em 1945, quando as Nações Unidas nasceram das cinzas da Segunda Guerra. “Avançamos no sentido de fazer um mundo melhor, melhor para todos, e aqui na Agenda 2030 esse mundo melhor é sem deixar ninguém pra trás”, afirma.  A Carta das Nações Unidas, criada após o conflito, é citada por Alcázar como importante marco para o desenvolvimento humano, sobretudo em seu Artigo 55, no qual estão as principais causas dos conflitos: pobreza, desigualdade, exclusões. Mesmo assim, segundo ele, optou-se por visão local estreita e mesquinha. Cita como exemplos disso dois planos de reconstrução, o Plano Marshall, na Europa, e o do Japão, ambos pelo temor da ameaça comunista. Ele lembra que o propósito das Nações Unidas de paz sempre encontrou dificuldades, inclusive, dois meses após sua assinatura, quando explodiu a bomba atômica em território japonês.  A Cúpula do Milênio, em 2000, foi, segundo o pesquisador a primeira a dar ao tema do desenvolvimento a sua verdadeira dimensão. Mas, recorda que o processo carecia de um empuxo político mais claro e decidido. A oportunidade disso, recorda, veio em 2015, annus mirabilis, que teve, em maio, a Encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco, com a resolução A/Res/70/1 Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável e em dezembro na COP-21, o Acordo de Paris. Toda essa esperança começou a mudar a partir da pandemia da Covid-19 e, posteriormente, com a Guerra da Ucrânia e de Gaza. “Pouco a pouco, aquele espírito solidário foi se desfazendo em fiapos”, simboliza. A Agenda 2030 talvez seja, na opinião de Alcázar, o documento mais ambicioso concebido para alcançar o desenvolvimento sustentável em escala global. Tem toda essa interação com todo o universo das Nações Unidas que envolve estados membros, autoridades globais, representantes da sociedade civil, povos originários, cientistas, academia, setor privado. Porém, salienta que há as múltiplas crises, o aumento das iniquidades, o unilateralismo, a cultura da indiferença, a falta de solidariedade e do espírito de cooperação, a crise de governança global e dificuldades financeiras, sobretudo na África. “Acho que podemos reordenar todas as relações para realmente completarmos a missão que havia sido iniciada em 1945, completou ao final de sua palestra. Revisão do conceito de desenvolvimento Em tempos da possibilidade de revisão dos ODS por meio do Relatório Luz da Sociedade Civil, tem sido uma tônica a exposição de ideias na tentativa de melhorá-la. Rômulo Paes, pesquisador sênior da Fiocruz, presidente da Abrasco e assessor do Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030 (EFA 2030), percebe no Brasil quatro pontos fundamentais para se pensar a situação atual da Agenda 2030 na sua implementação. Primeiro, ressalta a crise da governança global como um mau momento para se pensar num projeto compartilhado de desenvolvimento onde há uma situação de crise em função das desconfianças quanto a um dos autores fundamentais da governança global, que são os EUA, e de uma própria coalizão internacional que desafia essa arquitetura política que se construiu para o planeta após a Segunda Guerra Mundial.  No caso brasileiro, situa, há três fatores importantes: um é o fato de nós termos um avanço na institucionalidade da implementação da Agenda no Brasil, que é a Comissão Nacional dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, a CNODS. O outro, lembra, é que o Brasil pretende apresentar um novo relatório no ano que vem – Relatório Nacional Voluntário (RNV). “Ao fazer isso, a comissão também ganha vitalidade”, vislumbra.  O terceiro ponto, situa Paes, é a questão da COP 30 no Brasil, em Belém, este ano, não só pelo aspecto de sobreposição de temas que envolvem a Agenda 2030 com os temas da conferência do clima, mas também porque parte do temário que está sendo debatido lá e que diz respeito à nova agenda de desenvolvimento. Muitas das escolhas que os países farão ou estão fazendo constarão nessa própria discussão da agenda de desenvolvimento, que é nova.  Por fim, Paes menciona a necessidade de se definir o conceito de desenvolvimento. Segundo ele, passou …

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https://efa2030fiocruz.org/wp-content/uploads/2025/07/A-Fiocruz-segue-empenhada-em-alcancar-as-metas-e-diretrizes-da-Agenda-2030.-Iniciativa-global-q.mp4Por Comunicação EFA 2030Publicado em 24/07/2025 A Fiocruz, segue empenhada em alcançar as metas e diretrizes da Agenda 2030. Iniciativa global que propõe objetivos e metas interconectadas nos âmbitos social, ambiental, econômico e institucional, para construir um futuro mais sustentável para o mundo. Um exemplo claro desse compromisso é a decisão da instituição de utilizar 100% da sua energia elétrica a partir de fontes renováveis, proveniente de fontes como a solar e a eólica. Essa ação se refere diretamente ao ODS 7: Energia Limpa e Acessível, cujo principal objetivo é garantir o acesso à energia barata, confiável, sustentável e renovável para todos. Com esta mudança, a Fundação já evitou a emissão de mais de 7 mil toneladas de CO₂ equivalente desde 2024. A mudança precisa começar em algum lugar, e o caráter inovador e pioneiro da Fiocruz a mantém na vanguarda desse movimento transformador. https://www.instagram.com/reel/DMfj0ItM2Lg/?igsh=MTBlOG82ZHlvZGMybA==

Contra pandemias e colapso ambiental, Expo Osaka 2025 e EFA 2030 destacam abordagem “Saúde Única”

Por Cláudio CordovilPublicado em 02/07/2025 A Semana de Saúde e Bem-Estar da Expo Osaka 2025, que conta com a curadoria científica da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030 (EFA 2030), reuniu neste sábado (29/6, horário de Brasília) especialistas de diversas regiões do globo em painel intitulado Saúde Única na perspectiva da sustentabilidade, que contou com moderação de Paulo Gadelha, coordenador da EFA 2030. Eles defenderam a necessidade de consolidar a abordagem “Saúde Única” (One Health) como eixo primordial para a saúde planetária e resposta fundamental à aceleração de pandemias, à degradação dos ecossistemas e às mudanças climáticas. “Saúde Única”, segundo definição criada em 2021 pelo Painel de Especialistas de Alto Nível em One Health (OHHLEP) “é uma abordagem integrada e unificadora que visa equilibrar e otimizar de forma sustentável a saúde das pessoas, dos animais e dos ecossistemas” Foto: Marcello Martins, Apex-Brasil Zoonoses, dados e vigilância integrada Xiao-Nong Zhou, cientista-chefe do Instituto Nacional de Doenças Parasitárias (INPD), parte do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças (China CDC), destacou que, ainda que o conceito “Saúde Única” esteja bem estabelecido em organismos internacionais, é limitada sua incorporação nas políticas públicas. De acordo com ele, a China tem avançado com experiências concretas, como a erradicação da filariose linfática, em 2007, e da malária, em 2021. Para 2025, a meta é erradicar a esquistossomose. Como principais desafios de seu país, Zhou citou a necessidade de sistemas de vigilância que articulem seres humanos e animais, e que integrem dados ambientais em tempo real. Plataformas de big data e inteligência artificial, com sensores instalados em colares inteligentes para desparasitação de cães e modelos preditivos capazes de antecipar surtos zoonóticos compõem a estratégia chinesa. Um índice chinês que avalia 160 países em cinco dimensões, incluindo vigilância, resistência antimicrobiana, políticas de integração e cooperação científica foi apresentado por Zhou: o Índice Global de Saúde Única. De acordo com ele, os maiores déficits globais estão na vigilância de microrganismos resistentes e na articulação entre setores. O índice foi idealizado como um instrumento para orientar investimentos, fomentar cooperação internacional e identificar gargalos na aplicação da abordagem Saúde Única. É de dezembro de 2024 um memorando de entendimento entre a Federação Mundial de Associações de Saúde Pública, a Associação Chinesa de Medicina Preventiva e a Universidade de Shanghai que representa passo concreto nessa direção. Segundo Zhou, o Banco Mundial calcula que a aplicação sistemática da abordagem Saúde Única pode gerar um benefício líquido anual entre US$ 4 bilhões (em anos sem pandemia) e US$ 35 bilhões (em caso de pandemia grave a cada 100 anos). A economia fica por conta da redução da duplicação de estruturas, otimização de recursos e resposta precoce a emergências sanitárias. Enchentes e leptospirose: o caso do Rio Grande do Sul Deise Galan, professora adjunta do Departamento de Saúde Global da Georgetown University, apresentou um estudo de caso sobre a leptospirose no estado do Rio Grande do Sul, fortemente afetado por enchentes em maio de 2024. Naquela ocasião, o estado viu os casos da doença aumentarem em mais de dez vezes em comparação com o ano anterior. A análise, baseada em regressões espaciais e ambientais, constatou maior incidência da leptospirose em presença de lavouras de arroz e tabaco. Foto: Marcello Martins, Apex-Brasil Segundo Galan, a leptospirose ilustra bem a importância do paradigma da Saúde Única no estudo das zoonoses.  Além disso, seus estudos verificaram que a incidência de leptospirose em áreas rurais foi oito vezes maior do que em zonas urbanas.  Ela recomenda que desastres como o ocorrido no Rio Grande do Sul  não sejam tratados como eventos excepcionais, pontos fora da curva, mas como sintomas de desequilíbrios sistêmicos e falhas na governança territorial e sanitária. Deise apontou possíveis razões para a dificuldade em se ver uma mudança de paradigma nas políticas públicas visando uma maior incorporação da abordagem “Saúde Única”. São elas: Integração insuficiente de dados entre os sistemas de saúde humana, animal e ambiental Vigilância limitada na vida selvagem e nos ecossistemas, especialmente em regiões de alta biodiversidade e alto risco Lacunas na modelagem de mudanças no uso da terra e seu impacto nos resultados de saúde Falta de sistemas de detecção precoce para pontos críticos de transbordamento zoonótico e resistência antimicrobiana. [Nota da redação: Risco de transbordamento zoonótico é a probabilidade de um agente infeccioso cruzar a barreira de espécie, sair de seu reservatório animal (ou ambiental) e estabelecer infecção sustentada em humanos (ou em animais domésticos), criando potencial para surtos ou pandemias]. Falta de uma abordagem padronizada para avaliar os riscos de transbordamento zoonótico entre populações animais, sistemas alimentares e interfaces humanas Sub-representação do conhecimento indígena e da experiência da comunidade local em políticas e ciências Mecanismos de governança fragmentados e falta de padronização na implementação da “Saúde Única”. Companheiros invisíveis e pegada ecológica: o papel dos animais de estimação Em uma abordagem incomum, o veterinário Devon Dublin, líder do Comitê de Saúde Única da Associação Mundial de Veterinários de Pequenos Animais  (WSAVA) propôs a integração da posse responsável de animais de companhia à agenda ambiental. Segundo ele, práticas associadas a pets — como uso de produtos, descarte de dejetos, e até emissão de gases no ciclo alimentar — precisam ser reavaliadas sob a ótica da Saúde Única. Foto: Marcello Martins, Apex-Brasil Dublin defendeu políticas de adoção em detrimento da venda de animais de estimação e o uso de produtos sustentáveis. Ele também destacou o papel dos tutores na educação ambiental e na promoção de condutas preventivas de saúde pública. Como principais conclusões de sua exposição, Dublin ressaltou que “nosso amor por animais de companhia deve nos tornar fortes defensores da gestão ambiental adequada e de questões como as mudanças climáticas e o aquecimento global” e que “tutores de animais de estimação, clínicos e a indústria são coletivamente responsáveis ​​por colocar a Saúde Única no centro da propriedade de animais de companhia”. Brasil: vigilância participativa e biodiversidade como ativo estratégico A pesquisadora Marcia Chame, da Fiocruz, apresentou o sistema SISS-Geo, uma ferramenta que reúne mais de 49 mil registros e integra alertas em tempo real para gestores em todos os …

Vacinação e soberania sanitária colocam Brasil no centro dos debates da Expo Osaka 2025

Por Claudio Cordovil e Vinicius Ameixa (EFA 2030)Publicado em 27/06/2025 Paulo Gadelha apresenta SUS e inovação vacinal da Fiocruz como pilares de cobertura universal e resposta climática no Visionary Exchange Durante o fórum Visionary Exchange (em português Troca Visionária), realizado nesta quinta-feira, à noite (27/6, horário de Brasilia), na Semana do Bem-Estar e Inovação em Saúde da Expo Osaka 2025, o Brasil teve papel de destaque ao apresentar sua experiência com o Sistema Único de Saúde (SUS) e a liderança da Fiocruz em inovação vacinal. Representando a instituição, o médico e sanitarista Paulo Gadelha defendeu que a cobertura universal em saúde (UHC) só se realiza plenamente quando incorpora um sistema robusto de vacinação, com produção própria, equidade no acesso e combate sistemático à desinformação. Gadelha, que também é coordenador da Estratégia Fiocruz a Agenda 2030 (EFA 2030), ressaltou que o SUS é um exemplo emblemático de articulação entre saúde como direito, justiça social e resposta integrada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente os ligados à erradicação da pobreza, redução das desigualdades e ação climática. No entanto, enfatizou que um sistema público universal não se sustenta sem capacidade produtiva autônoma — e, nesse ponto, o papel da Fiocruz no Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS) é decisivo. O CEIS se caracteriza por uma articulação entre Estado, setor produtivo e sistema de ciência e tecnologia voltada à produção de bens e serviços de saúde, essencial para reduzir a dependência externa e garantir sustentabilidade ao SUS. A questão vacinal dominou boa parte de sua fala. Ele destacou que o Programa Nacional de Imunizações (PNI), apesar de ser uma das maiores conquistas sanitárias do país, enfrenta hoje ameaças concretas: hesitação vacinal, desinformação e queda de cobertura em vacinas essenciais, como a tríplice viral. Para Gadelha, combater essas ameaças exige transparência, educação pública e enfrentamento direto das fake news — ações em que a Fiocruz vem se destacando e que foram reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como boas práticas globais. O representante da Fiocruz também apresentou os avanços tecnológicos do país, como a produção nacional de vacinas contra a COVID-19 — com mais de 80 milhões de doses fabricadas até abril de 2025 — e o desenvolvimento de imunizantes de mRNA estáveis em temperatura ambiente, tecnologia testada com sucesso no complexo de Bio-Manguinhos. A parceria com o Medicines Patent Pool (MPP) e a adesão à rede CEPI foram apontadas como estratégias para ampliar o acesso e reduzir a dependência de insumos estrangeiros, inclusive por meio de acordos com hubs africanos para transferência de tecnologia. Gadelha alertou para os gargalos globais de acesso à vacinação, especialmente nos países de baixa renda, onde menos de 40% da população recebeu cobertura completa contra a COVID-19. Afirmou que não há UHC possível sem equidade vacinal e que é preciso ir além da logística: é necessário garantir financiamento, autonomia produtiva e confiança da população nos imunizantes. Ao comentar a crise climática, lembrou que surtos epidêmicos e eventos extremos, como ondas de calor, tendem a se intensificar — o que exige sistemas de vigilância e resposta rápida integrados a dados meteorológicos. Nesse ponto, saudou os investimentos recentes da Fundação Rockefeller e da Wellcome Trust no fortalecimento da infraestrutura climática-sanitária em países do Sul Global. A fala de Gadelha se alinha à agenda da OMS para o período 2025–2028, que reconhece a crise climática como prioridade estratégica e propõe reduzir a pegada de carbono dos serviços de saúde. O Brasil, segundo ele, já demonstra protagonismo: presidiu a fundação da Climate Health Coalition na COP29 e defende a triplicação dos investimentos em ações climáticas com impacto direto na saúde até 2035. Por fim, Gadelha afirmou que a UHC é, acima de tudo, um pacto civilizatório que demanda sistemas fortes, políticas coerentes e compromisso com a equidade. A trajetória do SUS e o papel da Fiocruz, concluiu, são exemplos concretos de que países do Sul também produzem inovação e soluções replicáveis para o futuro da saúde global. A Expo 2025, nesse contexto, serviu como palco para reforçar o papel estratégico do Brasil na construção de uma saúde pública global inclusiva, resiliente e tecnicamente soberana. As oito semanas temáticas da Expo Osaka 2025 Uma das novidades na programação da Expo Osaka 2025 é a estruturação de sua programação em Semanas Temáticas (Theme Weeks), que compõem o eixo central do evento.  A estratégia aqui é aprofundar debates, promover a colaboração global e estimular soluções práticas, diretamente conectadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030. Ao longo das oito semanas do evento, são os seguintes os temas em destaque: Semana da Cocriação de Culturas para o Futuro  (25/4 a 6/5) Semana do Futuro das Comunidades e da Mobilidade  (15/5 a 26/5) Semana das Necessidades da Vida: Comida, Vestuário e Abrigo (5/6  a 16/6) Semana da Saúde e Bem-estar (20/6 a 1/7) Semana do Aprender e Brincar  (17/7 a 28/7) Semana da Paz, Segurança Humana e Biodiversidade (⅛ a 12/8) Semana do Futuro da Terra e da Biodiversidade  (17/9 a 28/9) Semana dos ODS+Além: Sociedade do Futuro para a Vida (2/10 a 12/10) Todos os eventos dos quais o coordenador da Estratégia Fiocruz a Agenda 2030, Paulo Gadelha, participa concentram-se na Semana da Saúde e Bem-estar, que vai de 20 de junho a 1 de julho. Depois da atuação da EFA 2030 no Visionary Exchange, a Estratégia, promove as sessões intituladas Saúde e mudanças climáticas: o maior desafio do nosso tempo e Saúde Única na perspectiva da sustentabilidade, respectivamente. Ambas no dia 28 de junho, sábado, a partir das 21h30, horário de Brasília, a convite do Ministério de Relações Exteriores e da APEX Brasil.  As sessões organizadas pela Fiocruz estarão abertas ao público do evento e serão transmitidas pelo canal do youtube da Expo.  Acesse os links para acompanhar ao vivo (em inglês) Saúde e mudanças climáticas: o maior desafio do nosso tempo Saúde Única na perspectiva da sustentabilidade Mais detalhes sobre as sessões, acesse: https://theme-weeks.expo2025.or.jp/en/program/search/result.html?word=fiocruz  O Pavilhão Brasileiro As principais atrações da Exposição Universal, entre as quais a Expo Osaka 2025 se insere, são os pavilhões nacionais, criado pelos países participantes. O Brasil delas participa desde 1862, em Londres. Agora, em 2025, apresenta-se, …

Mudanças climáticas e saúde: Expo Osaka 2025 e EFA 2030 soam o alarme

Por Cláudio CordovilPublicado em 01/07/2025 A semana de Saúde e Bem-Estar da Expo Osaka 2025, que contou com a curadoria científica da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030 (EFA 2030), fez um alerta contundente neste sábado (29/6, horário de Brasília) durante evento intitulado Mudança climática e saúde: o maior desafio de nosso tempo: já são palpáveis, concretos e mensuráveis os efeitos da crise climática sobre a saúde humana. Especialistas da Lancet Countdown, da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Instituto Nacional de Estudos Ambientais, do Japão (NIES), revelaram no evento moderado por Paulo Gadelha, coordenador da EFA 2030, que estes são cada dia mais letais e encontram-se em franca expansão. Os dados inéditos apresentados na ocasião demonstram o custo humano da inação e de nossa indiferença às questões climáticas.  Foto: Marcello Martins, Apex-Brasil O custo da indiferença: os dados do Lancet Countdown Marina Romanello, diretora executiva do Lancet Countdown, abriu a série de exposições orais revelando o impacto das mudanças climáticas na saúde humana. Os dados, coletados por esta colaboração internacional que acompanha o progresso da saúde e das mudanças climáticas, revelam a situação alarmante do planeta em 2023. Dados daquele ano constantes em seu relatório apontaram que, dos 15 indicadores de riscos climáticos à saúde monitorados, 10 atingiram recordes históricos negativos. Um deles realmente impressiona: o número de mortes relacionadas ao calor entre maiores de 65 anos de idade foi 167% maior do que a média de toda a década de 1990. Estes números representam mais que o dobro do esperado, mesmo sem considerar aquecimento adicional. Foto: Marcello Martins, Apex-Brasil Em termos de horas de trabalho, nada menos do que 512 bilhões delas foram perdidas devido à exposição ao calor, o que representou um prejuízo econômico global estimado em 835 bilhões de dólares. Sessenta e um por cento de todas as terras foram afetadas por secas e chuvas intensas em escala global. Dengue e vibrioses, doenças transmitidas por mosquitos e bactérias, tiveram aumento expressivo com a elevação da umidade e da temperatura.  Mais um recorde nefasto: calcula-se que 692 mil pessoas tenham sido infectadas por vibrioses em 2023. Vibrioses são doenças causadas por bactérias do gênero Vibrio, encontradas principalmente em ambientes marinhos e estuários’. As vibrioses podem causar infecções gastrointestinais, infecções de feridas e, em casos mais graves, sepse (infecção generalizada), especialmente em indivíduos com doenças preexistentes Projeções feitas pelo Lancet Countodown revelam que, a prosseguir esta tendência, até meados do século poderemos enfrentar um aumento de 370% nas mortes anuais por calor e de 525 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar moderada ou grave. “A crise é política, não técnica” Mas nem tudo são más notícias. Em sua apresentação, Romanello também destacou que, apesar da gravidade, os avanços na energia limpa e na geração de empregos sustentáveis revelam saídas possíveis. O quantitativo de pessoas empregadas direta ou indiretamente na indústria de energias renováveis aumentou 35% entre 2016 e 2022, alcançando 13,7 milhões de trabalhadores. Por outro lado, os subsídios aos combustíveis fósseis somaram um recorde de US$ 1,4 trilhão em 2022, superando todo o orçamento destinado à saúde em muitos países. Para Romanello, este montante de recursos seria mais do que suficiente para uma transição energética justa para fontes renováveis. A diretora do Lancet Countdown concluiu sua exposição afirmando que a transformação necessária para conter os impactos climáticos na saúde não depende mais de descobertas científicas ou recursos financeiros. “É uma escolha política”, sentenciou. OMS: sem segurança sanitária local, não há segurança global Ryoma Kayano, do Centro de Desenvolvimento da Saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS), destacou a necessidade urgente de integrar políticas de saúde a estratégias de gestão de risco de desastres. Segundo ele, o aumento da frequência de desastres naturais – secas, ciclones, inundações e ondas de calor – já compromete estruturas de saúde pública em diversos países. Foto: Marcello Martins, Apex-Brasil O oficial técnico da OMS também abordou os efeitos da pandemia de COVID-19 como um alerta sobre vulnerabilidades globais e sublinhou que eventos climáticos extremos aumentam desigualdades preexistentes. Ele defendeu a institucionalização da avaliação de riscos nos sistemas de governança local, combinando setores como urbanismo, educação, finanças e saúde, com participação comunitária e transparência. Entre as propostas da OMS elencadas por Kayano, destacaram-se a criação de plataformas abertas de dados de risco, modelos multiameaça (climáticos, sísmicos, biológicos e tecnológicos), e financiamento sustentável via bônus de catástrofe ou fundos de resiliência. Preparar-se para desastres não é uma opção, é o que podemos depreender de sua exposição, mas sim condição indispensável para a manutenção do desenvolvimento. Japão enfrenta desafio do calor letal Kazutaka Oka, do Centro de Adaptação às Mudanças Climáticas do NIES, revelou um dramático problema que afeta seu país e de que tínhamos pouco conhecimento: a insolação. Também conhecida como “golpe de calor” (heatstroke), a insolação é uma condição grave causada por exposição excessiva ao sol e ao calor, levando a um rápido aumento da temperatura corporal (acima de 40°C). O número de pacientes com insolação transportados por ambulâncias em seu país atingiu um recorde de 97.578 pessoas em 2024, sendo em sua maioria idosos. Cerca de 40% dos casos ocorreram no interior de residências. Segundo os dados apresentados, o calor já causa cerca de 1.500 mortes anuais no país — número que disparou para mais de 2 mil em 2024, ano em que o Japão experimentou um calor particularmente excessivo. Foto: Marcello Martins, Apex-Brasil As projeções apresentadas por Oka indicam que, mesmo com medidas de adaptação, haverá crescimento contínuo nos casos de insolação. Em cenários mais severos, a taxa de uso das ambulâncias para esse tipo de ocorrência poderá ultrapassar 700% em horários de pico, segundo as projeções, comprometendo desta forma totalmente a capacidade de resposta dos sistemas de emergência. O pesquisador também apresentou os custos da crise climática: em cenários extremos, um único evento de calor pode gerar despesas superiores às anuais com transporte de pacientes. Visando mitigar o problema, o Japão criou alertas especiais de calor com base no indicador de Temperatura de Globo de Bulbo Úmido (WBGT). Trata-se de uma medida do estresse térmico …

Fiocruz realiza visita estratégica ao Instituto Nacional de Estudos Ambientais do Japão (NIES)

Por Vinicius AmeixaPublicado em 26/06/2025  Tóquio, 26 de junho de 2025 – Uma comitiva da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), representada pela Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030 (EFA 2030) no nome do Coordenador Paulo Gadelha e formada pelos pesquisadores da Fundação Guilherme Franco Netto e Marcia Chame, além da representante da George Town University Deise Galan, a convite da EFA 2030, participou de uma visita técnica especial ao Instituto Nacional de Estudos Ambientais do Japão (NIES), com o objetivo de fortalecer as parcerias estratégicas nas áreas de mudanças climáticas, saúde ambiental, biodiversidade e riscos ambientais. A reunião, realizada na sede do NIES, em Tsukuba, Ibaraki no Japão, contou com representantes de destaque do instituto japonês, incluindo Masahide Kimoto, Yoshitaka Ebie, Daisuke Nakajima, Eiko Koike, Koichi Ohno, Shoji Nakayama, Makiko Sekiyama, Manabu Onuma, Kenji Kamita, Yoshifumi Masago e Kazutaka Oka. Sobre o instituto O National Institute for Environmental Studies (NIES) é o principal centro de pesquisa ambiental do Japão, criado em 1974 sob a então recém-estabelecida Agência do Meio Ambiente. Desde 2001, atua como uma Instituição Administrativa Independente vinculada ao Ministério do Meio Ambiente do Japão, com sede em Tsukuba e unidades em Fukushima e no Lago Biwa. Sua missão é desenvolver pesquisas científicas de ponta nas áreas de meio ambiente, mudanças climáticas, biodiversidade, saúde ambiental, poluição e gestão de resíduos, apoiando políticas públicas e soluções sustentáveis para os desafios socioambientais do país. A instituição possui oito centros temáticos especializados e desenvolve iniciativas estratégicas como o Center for Global Environmental Research e o Centro de Adaptação Climática, além de contribuir para grandes programas como o Japan Environment and Children’s Study. O trabalho do NIES combina ciência, tecnologia e políticas públicas, tendo impacto direto nas decisões governamentais e no enfrentamento de problemas ambientais complexos, alinhando-se a compromissos globais de sustentabilidade e saúde planetária. A visita O encontro iniciou-se com apresentações institucionais, onde os participantes tiveram uma visão geral das atividades e capacidades do NIES e da Fiocruz, destacando o potencial de sinergias entre as instituições. Na sequência, o foco voltou-se à Divisão de Riscos à Saúde e ao Meio Ambiente do NIES, que apresentou estudos relacionados à epidemiologia ambiental, à dinâmica de exposição a contaminantes e ao Japan Environment and Children’s Study, um dos maiores programas de pesquisa sobre saúde infantil e meio ambiente no mundo. A delegação também visitou o edifício do “Time Capsule de Amostras Ambientais”, onde foram apresentados projetos de vigilância de doenças infecciosas por meio de células de animais selvagens, coordenados pela Divisão de Biodiversidade do NIES. Essa abordagem inovadora reforça o conceito de Saúde Única, que integra saúde humana, animal e ambiental. Encerrando a visita, os pesquisadores conheceram o Centro de Adaptação às Mudanças Climáticas do NIES. Além de detalhar iniciativas em andamento, a equipe do centro demonstrou o A-PLAT, uma plataforma avançada de informações para adaptação climática, desenvolvida para apoiar políticas públicas e ações baseadas em ciência. A visita reafirma o compromisso da Fiocruz e do NIES em ampliar cooperações científicas internacionais em temas fundamentais para o futuro sustentável, como clima, saúde e biodiversidade. As instituições avaliam possibilidades de projetos conjuntos e intercâmbio de pesquisadores, visando avançar em soluções integradas frente aos desafios ambientais e sanitários globais.

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Fiocruz fortalece Agenda 2030 no 2º Encontro de Tecnologia Social da Amazônia Por Comunicação EFA 2030Publicado em 24/06/2025 De 24 a 27 de junho de 2025, Manaus será palco do 2º Encontro de Tecnologia Social da Amazônia (2º ETS-Amazônia), que ocorrerá no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). O evento reunirá pesquisadores, organizações sociais, representantes de comunidades tradicionais, gestores públicos e acadêmicos em um amplo fórum dedicado ao debate e à promoção de soluções tecnológicas alinhadas às realidades amazônicas. O ETS-Amazônia visa consolidar-se como espaço estratégico para fortalecer iniciativas de tecnologia social que impulsionem a inclusão social, a resiliência climática e o desenvolvimento sustentável na região. A programação inclui mesas temáticas, oficinas, sessões de apresentação de trabalhos acadêmicos, visitas técnicas e atividades culturais, além de uma feira de economia solidária e uma mostra de tecnologia social. A iniciativa é liderada pelo INPA e pela Associação Brasileira de Ensino, Pesquisa e Extensão em Tecnologia Social (ABEPETS), com apoio de instituições parceiras regionais, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Fundação Banco do Brasil e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).  A Fiocruz participa do evento, destacando seu compromisso com o combate a crise climática e a conexão com a Agenda 2030. Por meio da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030 (EFA 2030), Fiocruz Amazônia (ILMD), o Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS) e outras unidades e departamentos.  Em consonância com o lema central da Agenda 2030, a Fundação valoriza a ecologia de saberes, a inovação social e a determinação social da saúde, visando assegurar que ninguém fique para trás. Rodrigo Tobias de Sousa Lima, pesquisador da Fiocruz Amazônia, integra o grupo de palestrantes convidados na Mesa Temática 2: “Tecnologia Social e Saneamento na Amazônia”, que ocorrerá no dia 25. Já Laís Paiva, pesquisadora da EFA 2030, acompanhará a Mesa Temática 1: “Tecnologia Social e Resiliência Climática – dinâmicas territoriais e práticas para inclusão social”, marcada para o mesmo dia, além de ter realizado a curadoria e apresentação de uma amostra sobre as ações da Fiocruz diante do nexo Clima e Saúde, disponibilizado em um painel interativo, digital, com dados sobre mudanças climáticas, correlações socioambientais e sanitárias, assim como os materiais audiovisuais sobre as Tecnologias Sociais que compõem a plataforma Terra 2030 e o Programa Institucional de Territórios Sustentáveis e Saudáveis (PITSS). Essas contribuições marcam a presença da Instituição no fortalecimento da interseção entre ciência, saúde e desenvolvimento sustentável na região amazônica. Reprodução digital da amostra EFA 2030 Visite o conteúdo do Painel da Fiocruz:  https://efa2030fiocruz.org/forumterra2030/index.php/painel-terra2030/ A abertura oficial ocorre em 25 de junho, com a presença de representantes do MCTI, Fundação Banco do Brasil, governo do Amazonas, ABEPETS e lideranças da sociedade civil, como o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), representado por Joaquim Correa de Souza Belo, também enviado especialmente da Amazônia na Presidência da COP30. Entre os debates previstos, a mesa sobre “Tecnologia Social e Resiliência Climática” abordará práticas que unem saberes locais e inclusão social para enfrentar os desafios ambientais na Amazônia. O tema do saneamento básico em territórios amazônicos também terá destaque, com a participação de representantes de comunidades tradicionais, organizações sociais e pesquisadores da Fiocruz Amazônia. No segundo dia, o foco estará nos empreendimentos solidários e na difusão de tecnologias sociais para geração de renda, com nomes como o pesquisador Renato Dagnino (UNICAMP) e representantes da economia solidária do Amazonas. A programação inclui ainda um workshop sobre o Laboratório de Tecnologia Social da Fundação BB e lançamentos de livros. O evento reserva espaço especial para o debate sobre comunicação e o papel estratégico das práticas comunicativas na disseminação de tecnologias sociais em comunidades amazônicas, tema da mesa de quarta temática. No encerramento, no dia 27, o debate volta às estratégias de fomento e desenvolvimento da tecnologia social na região, reunindo instituições como o Instituto Mamirauá, Museu Goeldi, INPA e MCTI. A valorização dos saberes tradicionais dos povos amazônicos também será tema central da última mesa, que contará com a participação de representantes indígenas, pesquisadores e lideranças comunitárias. Feira e Mostra paralelas Durante todos os dias do evento, o público poderá visitar a Mostra de Tecnologia Social da Amazônia e a Feira de Economia Popular e Solidária, ambas sediadas no campus do INPA. As atividades visam divulgar iniciativas locais de inovação social, produção sustentável e geração de renda, valorizando o protagonismo da população amazônica. O evento oferece uma oportunidade estratégica para fortalecer alianças, expandir o diálogo com diversos agentes sociais e promover ações transformadoras em favor de uma Amazônia mais justa, saudável e sustentável. Serviço: Acompanhe as informações do ETSA na rede social  https://www.instagram.com/tsamazonia/ A transmissão online do evento será realizada pelo canal do Youtube do INPA www.youtube.com/@INPAdaAmazonia Programação geral do evento: Download da Programação Geral