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https://efa2030fiocruz.org/wp-content/uploads/2025/07/A-Fiocruz-segue-empenhada-em-alcancar-as-metas-e-diretrizes-da-Agenda-2030.-Iniciativa-global-q.mp4Por Comunicação EFA 2030Publicado em 24/07/2025 A Fiocruz, segue empenhada em alcançar as metas e diretrizes da Agenda 2030. Iniciativa global que propõe objetivos e metas interconectadas nos âmbitos social, ambiental, econômico e institucional, para construir um futuro mais sustentável para o mundo. Um exemplo claro desse compromisso é a decisão da instituição de utilizar 100% da sua energia elétrica a partir de fontes renováveis, proveniente de fontes como a solar e a eólica. Essa ação se refere diretamente ao ODS 7: Energia Limpa e Acessível, cujo principal objetivo é garantir o acesso à energia barata, confiável, sustentável e renovável para todos. Com esta mudança, a Fundação já evitou a emissão de mais de 7 mil toneladas de CO₂ equivalente desde 2024. A mudança precisa começar em algum lugar, e o caráter inovador e pioneiro da Fiocruz a mantém na vanguarda desse movimento transformador. https://www.instagram.com/reel/DMfj0ItM2Lg/?igsh=MTBlOG82ZHlvZGMybA==

Contra pandemias e colapso ambiental, Expo Osaka 2025 e EFA 2030 destacam abordagem “Saúde Única”

Por Cláudio CordovilPublicado em 02/07/2025 A Semana de Saúde e Bem-Estar da Expo Osaka 2025, que conta com a curadoria científica da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030 (EFA 2030), reuniu neste sábado (29/6, horário de Brasília) especialistas de diversas regiões do globo em painel intitulado Saúde Única na perspectiva da sustentabilidade, que contou com moderação de Paulo Gadelha, coordenador da EFA 2030. Eles defenderam a necessidade de consolidar a abordagem “Saúde Única” (One Health) como eixo primordial para a saúde planetária e resposta fundamental à aceleração de pandemias, à degradação dos ecossistemas e às mudanças climáticas. “Saúde Única”, segundo definição criada em 2021 pelo Painel de Especialistas de Alto Nível em One Health (OHHLEP) “é uma abordagem integrada e unificadora que visa equilibrar e otimizar de forma sustentável a saúde das pessoas, dos animais e dos ecossistemas” Foto: Marcello Martins, Apex-Brasil Zoonoses, dados e vigilância integrada Xiao-Nong Zhou, cientista-chefe do Instituto Nacional de Doenças Parasitárias (INPD), parte do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças (China CDC), destacou que, ainda que o conceito “Saúde Única” esteja bem estabelecido em organismos internacionais, é limitada sua incorporação nas políticas públicas. De acordo com ele, a China tem avançado com experiências concretas, como a erradicação da filariose linfática, em 2007, e da malária, em 2021. Para 2025, a meta é erradicar a esquistossomose. Como principais desafios de seu país, Zhou citou a necessidade de sistemas de vigilância que articulem seres humanos e animais, e que integrem dados ambientais em tempo real. Plataformas de big data e inteligência artificial, com sensores instalados em colares inteligentes para desparasitação de cães e modelos preditivos capazes de antecipar surtos zoonóticos compõem a estratégia chinesa. Um índice chinês que avalia 160 países em cinco dimensões, incluindo vigilância, resistência antimicrobiana, políticas de integração e cooperação científica foi apresentado por Zhou: o Índice Global de Saúde Única. De acordo com ele, os maiores déficits globais estão na vigilância de microrganismos resistentes e na articulação entre setores. O índice foi idealizado como um instrumento para orientar investimentos, fomentar cooperação internacional e identificar gargalos na aplicação da abordagem Saúde Única. É de dezembro de 2024 um memorando de entendimento entre a Federação Mundial de Associações de Saúde Pública, a Associação Chinesa de Medicina Preventiva e a Universidade de Shanghai que representa passo concreto nessa direção. Segundo Zhou, o Banco Mundial calcula que a aplicação sistemática da abordagem Saúde Única pode gerar um benefício líquido anual entre US$ 4 bilhões (em anos sem pandemia) e US$ 35 bilhões (em caso de pandemia grave a cada 100 anos). A economia fica por conta da redução da duplicação de estruturas, otimização de recursos e resposta precoce a emergências sanitárias. Enchentes e leptospirose: o caso do Rio Grande do Sul Deise Galan, professora adjunta do Departamento de Saúde Global da Georgetown University, apresentou um estudo de caso sobre a leptospirose no estado do Rio Grande do Sul, fortemente afetado por enchentes em maio de 2024. Naquela ocasião, o estado viu os casos da doença aumentarem em mais de dez vezes em comparação com o ano anterior. A análise, baseada em regressões espaciais e ambientais, constatou maior incidência da leptospirose em presença de lavouras de arroz e tabaco. Foto: Marcello Martins, Apex-Brasil Segundo Galan, a leptospirose ilustra bem a importância do paradigma da Saúde Única no estudo das zoonoses.  Além disso, seus estudos verificaram que a incidência de leptospirose em áreas rurais foi oito vezes maior do que em zonas urbanas.  Ela recomenda que desastres como o ocorrido no Rio Grande do Sul  não sejam tratados como eventos excepcionais, pontos fora da curva, mas como sintomas de desequilíbrios sistêmicos e falhas na governança territorial e sanitária. Deise apontou possíveis razões para a dificuldade em se ver uma mudança de paradigma nas políticas públicas visando uma maior incorporação da abordagem “Saúde Única”. São elas: Integração insuficiente de dados entre os sistemas de saúde humana, animal e ambiental Vigilância limitada na vida selvagem e nos ecossistemas, especialmente em regiões de alta biodiversidade e alto risco Lacunas na modelagem de mudanças no uso da terra e seu impacto nos resultados de saúde Falta de sistemas de detecção precoce para pontos críticos de transbordamento zoonótico e resistência antimicrobiana. [Nota da redação: Risco de transbordamento zoonótico é a probabilidade de um agente infeccioso cruzar a barreira de espécie, sair de seu reservatório animal (ou ambiental) e estabelecer infecção sustentada em humanos (ou em animais domésticos), criando potencial para surtos ou pandemias]. Falta de uma abordagem padronizada para avaliar os riscos de transbordamento zoonótico entre populações animais, sistemas alimentares e interfaces humanas Sub-representação do conhecimento indígena e da experiência da comunidade local em políticas e ciências Mecanismos de governança fragmentados e falta de padronização na implementação da “Saúde Única”. Companheiros invisíveis e pegada ecológica: o papel dos animais de estimação Em uma abordagem incomum, o veterinário Devon Dublin, líder do Comitê de Saúde Única da Associação Mundial de Veterinários de Pequenos Animais  (WSAVA) propôs a integração da posse responsável de animais de companhia à agenda ambiental. Segundo ele, práticas associadas a pets — como uso de produtos, descarte de dejetos, e até emissão de gases no ciclo alimentar — precisam ser reavaliadas sob a ótica da Saúde Única. Foto: Marcello Martins, Apex-Brasil Dublin defendeu políticas de adoção em detrimento da venda de animais de estimação e o uso de produtos sustentáveis. Ele também destacou o papel dos tutores na educação ambiental e na promoção de condutas preventivas de saúde pública. Como principais conclusões de sua exposição, Dublin ressaltou que “nosso amor por animais de companhia deve nos tornar fortes defensores da gestão ambiental adequada e de questões como as mudanças climáticas e o aquecimento global” e que “tutores de animais de estimação, clínicos e a indústria são coletivamente responsáveis ​​por colocar a Saúde Única no centro da propriedade de animais de companhia”. Brasil: vigilância participativa e biodiversidade como ativo estratégico A pesquisadora Marcia Chame, da Fiocruz, apresentou o sistema SISS-Geo, uma ferramenta que reúne mais de 49 mil registros e integra alertas em tempo real para gestores em todos os …

Vacinação e soberania sanitária colocam Brasil no centro dos debates da Expo Osaka 2025

Por Claudio Cordovil e Vinicius Ameixa (EFA 2030)Publicado em 27/06/2025 Paulo Gadelha apresenta SUS e inovação vacinal da Fiocruz como pilares de cobertura universal e resposta climática no Visionary Exchange Durante o fórum Visionary Exchange (em português Troca Visionária), realizado nesta quinta-feira, à noite (27/6, horário de Brasilia), na Semana do Bem-Estar e Inovação em Saúde da Expo Osaka 2025, o Brasil teve papel de destaque ao apresentar sua experiência com o Sistema Único de Saúde (SUS) e a liderança da Fiocruz em inovação vacinal. Representando a instituição, o médico e sanitarista Paulo Gadelha defendeu que a cobertura universal em saúde (UHC) só se realiza plenamente quando incorpora um sistema robusto de vacinação, com produção própria, equidade no acesso e combate sistemático à desinformação. Gadelha, que também é coordenador da Estratégia Fiocruz a Agenda 2030 (EFA 2030), ressaltou que o SUS é um exemplo emblemático de articulação entre saúde como direito, justiça social e resposta integrada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente os ligados à erradicação da pobreza, redução das desigualdades e ação climática. No entanto, enfatizou que um sistema público universal não se sustenta sem capacidade produtiva autônoma — e, nesse ponto, o papel da Fiocruz no Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS) é decisivo. O CEIS se caracteriza por uma articulação entre Estado, setor produtivo e sistema de ciência e tecnologia voltada à produção de bens e serviços de saúde, essencial para reduzir a dependência externa e garantir sustentabilidade ao SUS. A questão vacinal dominou boa parte de sua fala. Ele destacou que o Programa Nacional de Imunizações (PNI), apesar de ser uma das maiores conquistas sanitárias do país, enfrenta hoje ameaças concretas: hesitação vacinal, desinformação e queda de cobertura em vacinas essenciais, como a tríplice viral. Para Gadelha, combater essas ameaças exige transparência, educação pública e enfrentamento direto das fake news — ações em que a Fiocruz vem se destacando e que foram reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como boas práticas globais. O representante da Fiocruz também apresentou os avanços tecnológicos do país, como a produção nacional de vacinas contra a COVID-19 — com mais de 80 milhões de doses fabricadas até abril de 2025 — e o desenvolvimento de imunizantes de mRNA estáveis em temperatura ambiente, tecnologia testada com sucesso no complexo de Bio-Manguinhos. A parceria com o Medicines Patent Pool (MPP) e a adesão à rede CEPI foram apontadas como estratégias para ampliar o acesso e reduzir a dependência de insumos estrangeiros, inclusive por meio de acordos com hubs africanos para transferência de tecnologia. Gadelha alertou para os gargalos globais de acesso à vacinação, especialmente nos países de baixa renda, onde menos de 40% da população recebeu cobertura completa contra a COVID-19. Afirmou que não há UHC possível sem equidade vacinal e que é preciso ir além da logística: é necessário garantir financiamento, autonomia produtiva e confiança da população nos imunizantes. Ao comentar a crise climática, lembrou que surtos epidêmicos e eventos extremos, como ondas de calor, tendem a se intensificar — o que exige sistemas de vigilância e resposta rápida integrados a dados meteorológicos. Nesse ponto, saudou os investimentos recentes da Fundação Rockefeller e da Wellcome Trust no fortalecimento da infraestrutura climática-sanitária em países do Sul Global. A fala de Gadelha se alinha à agenda da OMS para o período 2025–2028, que reconhece a crise climática como prioridade estratégica e propõe reduzir a pegada de carbono dos serviços de saúde. O Brasil, segundo ele, já demonstra protagonismo: presidiu a fundação da Climate Health Coalition na COP29 e defende a triplicação dos investimentos em ações climáticas com impacto direto na saúde até 2035. Por fim, Gadelha afirmou que a UHC é, acima de tudo, um pacto civilizatório que demanda sistemas fortes, políticas coerentes e compromisso com a equidade. A trajetória do SUS e o papel da Fiocruz, concluiu, são exemplos concretos de que países do Sul também produzem inovação e soluções replicáveis para o futuro da saúde global. A Expo 2025, nesse contexto, serviu como palco para reforçar o papel estratégico do Brasil na construção de uma saúde pública global inclusiva, resiliente e tecnicamente soberana. As oito semanas temáticas da Expo Osaka 2025 Uma das novidades na programação da Expo Osaka 2025 é a estruturação de sua programação em Semanas Temáticas (Theme Weeks), que compõem o eixo central do evento.  A estratégia aqui é aprofundar debates, promover a colaboração global e estimular soluções práticas, diretamente conectadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030. Ao longo das oito semanas do evento, são os seguintes os temas em destaque: Semana da Cocriação de Culturas para o Futuro  (25/4 a 6/5) Semana do Futuro das Comunidades e da Mobilidade  (15/5 a 26/5) Semana das Necessidades da Vida: Comida, Vestuário e Abrigo (5/6  a 16/6) Semana da Saúde e Bem-estar (20/6 a 1/7) Semana do Aprender e Brincar  (17/7 a 28/7) Semana da Paz, Segurança Humana e Biodiversidade (⅛ a 12/8) Semana do Futuro da Terra e da Biodiversidade  (17/9 a 28/9) Semana dos ODS+Além: Sociedade do Futuro para a Vida (2/10 a 12/10) Todos os eventos dos quais o coordenador da Estratégia Fiocruz a Agenda 2030, Paulo Gadelha, participa concentram-se na Semana da Saúde e Bem-estar, que vai de 20 de junho a 1 de julho. Depois da atuação da EFA 2030 no Visionary Exchange, a Estratégia, promove as sessões intituladas Saúde e mudanças climáticas: o maior desafio do nosso tempo e Saúde Única na perspectiva da sustentabilidade, respectivamente. Ambas no dia 28 de junho, sábado, a partir das 21h30, horário de Brasília, a convite do Ministério de Relações Exteriores e da APEX Brasil.  As sessões organizadas pela Fiocruz estarão abertas ao público do evento e serão transmitidas pelo canal do youtube da Expo.  Acesse os links para acompanhar ao vivo (em inglês) Saúde e mudanças climáticas: o maior desafio do nosso tempo Saúde Única na perspectiva da sustentabilidade Mais detalhes sobre as sessões, acesse: https://theme-weeks.expo2025.or.jp/en/program/search/result.html?word=fiocruz  O Pavilhão Brasileiro As principais atrações da Exposição Universal, entre as quais a Expo Osaka 2025 se insere, são os pavilhões nacionais, criado pelos países participantes. O Brasil delas participa desde 1862, em Londres. Agora, em 2025, apresenta-se, …

Mudanças climáticas e saúde: Expo Osaka 2025 e EFA 2030 soam o alarme

Por Cláudio CordovilPublicado em 01/07/2025 A semana de Saúde e Bem-Estar da Expo Osaka 2025, que contou com a curadoria científica da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030 (EFA 2030), fez um alerta contundente neste sábado (29/6, horário de Brasília) durante evento intitulado Mudança climática e saúde: o maior desafio de nosso tempo: já são palpáveis, concretos e mensuráveis os efeitos da crise climática sobre a saúde humana. Especialistas da Lancet Countdown, da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Instituto Nacional de Estudos Ambientais, do Japão (NIES), revelaram no evento moderado por Paulo Gadelha, coordenador da EFA 2030, que estes são cada dia mais letais e encontram-se em franca expansão. Os dados inéditos apresentados na ocasião demonstram o custo humano da inação e de nossa indiferença às questões climáticas.  Foto: Marcello Martins, Apex-Brasil O custo da indiferença: os dados do Lancet Countdown Marina Romanello, diretora executiva do Lancet Countdown, abriu a série de exposições orais revelando o impacto das mudanças climáticas na saúde humana. Os dados, coletados por esta colaboração internacional que acompanha o progresso da saúde e das mudanças climáticas, revelam a situação alarmante do planeta em 2023. Dados daquele ano constantes em seu relatório apontaram que, dos 15 indicadores de riscos climáticos à saúde monitorados, 10 atingiram recordes históricos negativos. Um deles realmente impressiona: o número de mortes relacionadas ao calor entre maiores de 65 anos de idade foi 167% maior do que a média de toda a década de 1990. Estes números representam mais que o dobro do esperado, mesmo sem considerar aquecimento adicional. Foto: Marcello Martins, Apex-Brasil Em termos de horas de trabalho, nada menos do que 512 bilhões delas foram perdidas devido à exposição ao calor, o que representou um prejuízo econômico global estimado em 835 bilhões de dólares. Sessenta e um por cento de todas as terras foram afetadas por secas e chuvas intensas em escala global. Dengue e vibrioses, doenças transmitidas por mosquitos e bactérias, tiveram aumento expressivo com a elevação da umidade e da temperatura.  Mais um recorde nefasto: calcula-se que 692 mil pessoas tenham sido infectadas por vibrioses em 2023. Vibrioses são doenças causadas por bactérias do gênero Vibrio, encontradas principalmente em ambientes marinhos e estuários’. As vibrioses podem causar infecções gastrointestinais, infecções de feridas e, em casos mais graves, sepse (infecção generalizada), especialmente em indivíduos com doenças preexistentes Projeções feitas pelo Lancet Countodown revelam que, a prosseguir esta tendência, até meados do século poderemos enfrentar um aumento de 370% nas mortes anuais por calor e de 525 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar moderada ou grave. “A crise é política, não técnica” Mas nem tudo são más notícias. Em sua apresentação, Romanello também destacou que, apesar da gravidade, os avanços na energia limpa e na geração de empregos sustentáveis revelam saídas possíveis. O quantitativo de pessoas empregadas direta ou indiretamente na indústria de energias renováveis aumentou 35% entre 2016 e 2022, alcançando 13,7 milhões de trabalhadores. Por outro lado, os subsídios aos combustíveis fósseis somaram um recorde de US$ 1,4 trilhão em 2022, superando todo o orçamento destinado à saúde em muitos países. Para Romanello, este montante de recursos seria mais do que suficiente para uma transição energética justa para fontes renováveis. A diretora do Lancet Countdown concluiu sua exposição afirmando que a transformação necessária para conter os impactos climáticos na saúde não depende mais de descobertas científicas ou recursos financeiros. “É uma escolha política”, sentenciou. OMS: sem segurança sanitária local, não há segurança global Ryoma Kayano, do Centro de Desenvolvimento da Saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS), destacou a necessidade urgente de integrar políticas de saúde a estratégias de gestão de risco de desastres. Segundo ele, o aumento da frequência de desastres naturais – secas, ciclones, inundações e ondas de calor – já compromete estruturas de saúde pública em diversos países. Foto: Marcello Martins, Apex-Brasil O oficial técnico da OMS também abordou os efeitos da pandemia de COVID-19 como um alerta sobre vulnerabilidades globais e sublinhou que eventos climáticos extremos aumentam desigualdades preexistentes. Ele defendeu a institucionalização da avaliação de riscos nos sistemas de governança local, combinando setores como urbanismo, educação, finanças e saúde, com participação comunitária e transparência. Entre as propostas da OMS elencadas por Kayano, destacaram-se a criação de plataformas abertas de dados de risco, modelos multiameaça (climáticos, sísmicos, biológicos e tecnológicos), e financiamento sustentável via bônus de catástrofe ou fundos de resiliência. Preparar-se para desastres não é uma opção, é o que podemos depreender de sua exposição, mas sim condição indispensável para a manutenção do desenvolvimento. Japão enfrenta desafio do calor letal Kazutaka Oka, do Centro de Adaptação às Mudanças Climáticas do NIES, revelou um dramático problema que afeta seu país e de que tínhamos pouco conhecimento: a insolação. Também conhecida como “golpe de calor” (heatstroke), a insolação é uma condição grave causada por exposição excessiva ao sol e ao calor, levando a um rápido aumento da temperatura corporal (acima de 40°C). O número de pacientes com insolação transportados por ambulâncias em seu país atingiu um recorde de 97.578 pessoas em 2024, sendo em sua maioria idosos. Cerca de 40% dos casos ocorreram no interior de residências. Segundo os dados apresentados, o calor já causa cerca de 1.500 mortes anuais no país — número que disparou para mais de 2 mil em 2024, ano em que o Japão experimentou um calor particularmente excessivo. Foto: Marcello Martins, Apex-Brasil As projeções apresentadas por Oka indicam que, mesmo com medidas de adaptação, haverá crescimento contínuo nos casos de insolação. Em cenários mais severos, a taxa de uso das ambulâncias para esse tipo de ocorrência poderá ultrapassar 700% em horários de pico, segundo as projeções, comprometendo desta forma totalmente a capacidade de resposta dos sistemas de emergência. O pesquisador também apresentou os custos da crise climática: em cenários extremos, um único evento de calor pode gerar despesas superiores às anuais com transporte de pacientes. Visando mitigar o problema, o Japão criou alertas especiais de calor com base no indicador de Temperatura de Globo de Bulbo Úmido (WBGT). Trata-se de uma medida do estresse térmico …

Fiocruz realiza visita estratégica ao Instituto Nacional de Estudos Ambientais do Japão (NIES)

Por Vinicius AmeixaPublicado em 26/06/2025  Tóquio, 26 de junho de 2025 – Uma comitiva da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), representada pela Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030 (EFA 2030) no nome do Coordenador Paulo Gadelha e formada pelos pesquisadores da Fundação Guilherme Franco Netto e Marcia Chame, além da representante da George Town University Deise Galan, a convite da EFA 2030, participou de uma visita técnica especial ao Instituto Nacional de Estudos Ambientais do Japão (NIES), com o objetivo de fortalecer as parcerias estratégicas nas áreas de mudanças climáticas, saúde ambiental, biodiversidade e riscos ambientais. A reunião, realizada na sede do NIES, em Tsukuba, Ibaraki no Japão, contou com representantes de destaque do instituto japonês, incluindo Masahide Kimoto, Yoshitaka Ebie, Daisuke Nakajima, Eiko Koike, Koichi Ohno, Shoji Nakayama, Makiko Sekiyama, Manabu Onuma, Kenji Kamita, Yoshifumi Masago e Kazutaka Oka. Sobre o instituto O National Institute for Environmental Studies (NIES) é o principal centro de pesquisa ambiental do Japão, criado em 1974 sob a então recém-estabelecida Agência do Meio Ambiente. Desde 2001, atua como uma Instituição Administrativa Independente vinculada ao Ministério do Meio Ambiente do Japão, com sede em Tsukuba e unidades em Fukushima e no Lago Biwa. Sua missão é desenvolver pesquisas científicas de ponta nas áreas de meio ambiente, mudanças climáticas, biodiversidade, saúde ambiental, poluição e gestão de resíduos, apoiando políticas públicas e soluções sustentáveis para os desafios socioambientais do país. A instituição possui oito centros temáticos especializados e desenvolve iniciativas estratégicas como o Center for Global Environmental Research e o Centro de Adaptação Climática, além de contribuir para grandes programas como o Japan Environment and Children’s Study. O trabalho do NIES combina ciência, tecnologia e políticas públicas, tendo impacto direto nas decisões governamentais e no enfrentamento de problemas ambientais complexos, alinhando-se a compromissos globais de sustentabilidade e saúde planetária. A visita O encontro iniciou-se com apresentações institucionais, onde os participantes tiveram uma visão geral das atividades e capacidades do NIES e da Fiocruz, destacando o potencial de sinergias entre as instituições. Na sequência, o foco voltou-se à Divisão de Riscos à Saúde e ao Meio Ambiente do NIES, que apresentou estudos relacionados à epidemiologia ambiental, à dinâmica de exposição a contaminantes e ao Japan Environment and Children’s Study, um dos maiores programas de pesquisa sobre saúde infantil e meio ambiente no mundo. A delegação também visitou o edifício do “Time Capsule de Amostras Ambientais”, onde foram apresentados projetos de vigilância de doenças infecciosas por meio de células de animais selvagens, coordenados pela Divisão de Biodiversidade do NIES. Essa abordagem inovadora reforça o conceito de Saúde Única, que integra saúde humana, animal e ambiental. Encerrando a visita, os pesquisadores conheceram o Centro de Adaptação às Mudanças Climáticas do NIES. Além de detalhar iniciativas em andamento, a equipe do centro demonstrou o A-PLAT, uma plataforma avançada de informações para adaptação climática, desenvolvida para apoiar políticas públicas e ações baseadas em ciência. A visita reafirma o compromisso da Fiocruz e do NIES em ampliar cooperações científicas internacionais em temas fundamentais para o futuro sustentável, como clima, saúde e biodiversidade. As instituições avaliam possibilidades de projetos conjuntos e intercâmbio de pesquisadores, visando avançar em soluções integradas frente aos desafios ambientais e sanitários globais.

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Fiocruz fortalece Agenda 2030 no 2º Encontro de Tecnologia Social da Amazônia Por Comunicação EFA 2030Publicado em 24/06/2025 De 24 a 27 de junho de 2025, Manaus será palco do 2º Encontro de Tecnologia Social da Amazônia (2º ETS-Amazônia), que ocorrerá no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). O evento reunirá pesquisadores, organizações sociais, representantes de comunidades tradicionais, gestores públicos e acadêmicos em um amplo fórum dedicado ao debate e à promoção de soluções tecnológicas alinhadas às realidades amazônicas. O ETS-Amazônia visa consolidar-se como espaço estratégico para fortalecer iniciativas de tecnologia social que impulsionem a inclusão social, a resiliência climática e o desenvolvimento sustentável na região. A programação inclui mesas temáticas, oficinas, sessões de apresentação de trabalhos acadêmicos, visitas técnicas e atividades culturais, além de uma feira de economia solidária e uma mostra de tecnologia social. A iniciativa é liderada pelo INPA e pela Associação Brasileira de Ensino, Pesquisa e Extensão em Tecnologia Social (ABEPETS), com apoio de instituições parceiras regionais, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Fundação Banco do Brasil e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).  A Fiocruz participa do evento, destacando seu compromisso com o combate a crise climática e a conexão com a Agenda 2030. Por meio da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030 (EFA 2030), Fiocruz Amazônia (ILMD), o Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS) e outras unidades e departamentos.  Em consonância com o lema central da Agenda 2030, a Fundação valoriza a ecologia de saberes, a inovação social e a determinação social da saúde, visando assegurar que ninguém fique para trás. Rodrigo Tobias de Sousa Lima, pesquisador da Fiocruz Amazônia, integra o grupo de palestrantes convidados na Mesa Temática 2: “Tecnologia Social e Saneamento na Amazônia”, que ocorrerá no dia 25. Já Laís Paiva, pesquisadora da EFA 2030, acompanhará a Mesa Temática 1: “Tecnologia Social e Resiliência Climática – dinâmicas territoriais e práticas para inclusão social”, marcada para o mesmo dia, além de ter realizado a curadoria e apresentação de uma amostra sobre as ações da Fiocruz diante do nexo Clima e Saúde, disponibilizado em um painel interativo, digital, com dados sobre mudanças climáticas, correlações socioambientais e sanitárias, assim como os materiais audiovisuais sobre as Tecnologias Sociais que compõem a plataforma Terra 2030 e o Programa Institucional de Territórios Sustentáveis e Saudáveis (PITSS). Essas contribuições marcam a presença da Instituição no fortalecimento da interseção entre ciência, saúde e desenvolvimento sustentável na região amazônica. Reprodução digital da amostra EFA 2030 Visite o conteúdo do Painel da Fiocruz:  https://efa2030fiocruz.org/forumterra2030/index.php/painel-terra2030/ A abertura oficial ocorre em 25 de junho, com a presença de representantes do MCTI, Fundação Banco do Brasil, governo do Amazonas, ABEPETS e lideranças da sociedade civil, como o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), representado por Joaquim Correa de Souza Belo, também enviado especialmente da Amazônia na Presidência da COP30. Entre os debates previstos, a mesa sobre “Tecnologia Social e Resiliência Climática” abordará práticas que unem saberes locais e inclusão social para enfrentar os desafios ambientais na Amazônia. O tema do saneamento básico em territórios amazônicos também terá destaque, com a participação de representantes de comunidades tradicionais, organizações sociais e pesquisadores da Fiocruz Amazônia. No segundo dia, o foco estará nos empreendimentos solidários e na difusão de tecnologias sociais para geração de renda, com nomes como o pesquisador Renato Dagnino (UNICAMP) e representantes da economia solidária do Amazonas. A programação inclui ainda um workshop sobre o Laboratório de Tecnologia Social da Fundação BB e lançamentos de livros. O evento reserva espaço especial para o debate sobre comunicação e o papel estratégico das práticas comunicativas na disseminação de tecnologias sociais em comunidades amazônicas, tema da mesa de quarta temática. No encerramento, no dia 27, o debate volta às estratégias de fomento e desenvolvimento da tecnologia social na região, reunindo instituições como o Instituto Mamirauá, Museu Goeldi, INPA e MCTI. A valorização dos saberes tradicionais dos povos amazônicos também será tema central da última mesa, que contará com a participação de representantes indígenas, pesquisadores e lideranças comunitárias. Feira e Mostra paralelas Durante todos os dias do evento, o público poderá visitar a Mostra de Tecnologia Social da Amazônia e a Feira de Economia Popular e Solidária, ambas sediadas no campus do INPA. As atividades visam divulgar iniciativas locais de inovação social, produção sustentável e geração de renda, valorizando o protagonismo da população amazônica. O evento oferece uma oportunidade estratégica para fortalecer alianças, expandir o diálogo com diversos agentes sociais e promover ações transformadoras em favor de uma Amazônia mais justa, saudável e sustentável. Serviço: Acompanhe as informações do ETSA na rede social  https://www.instagram.com/tsamazonia/ A transmissão online do evento será realizada pelo canal do Youtube do INPA www.youtube.com/@INPAdaAmazonia Programação geral do evento: Download da Programação Geral

Fiocruz compõe delegação brasileira na Conferência da ONU sobre o Oceano em Nice, França

Por Vinicius Ameixa (EFA 2030)Publicado em 16/06/2025 11:51 Embora didaticamente separado e com diferentes nomes, o oceano é um só e sua importância global não pode ser subestimada. Ele é o maior regulador climático do planeta, absorvendo cerca de 90% do excesso de calor gerado pelo efeito estufa e mais de 30% das emissões de dióxido de carbono antropogênico. A vida marinha mantém o equilíbrio do sistema terrestre. Mais de 3 bilhões de pessoas dependem diretamente dos recursos marinhos para sua subsistência, alimentação, trabalho e identidade cultural. Entretanto, a pressão sobre os ecossistemas marinhos é crítica: os resíduos plásticos representam hoje cerca de 80% de toda a poluição em suas águas, com impactos severos sobre organismos, cadeias alimentares, saúde humana e estabilidade ecológica. Nos últimos 10 anos, o mundo produziu mais plástico do que em todo o século XX, impulsionado por cadeias industriais baseadas em combustíveis fósseis. A expectativa é de que a produção dobre até 2040, caso medidas globais não sejam adotadas com urgência. O cenário de emergência marinha foi moldado por uma longa trajetória de construção institucional. A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS), adotada há mais de quatro décadas, foi o marco jurídico que consagrou, pela primeira vez, o oceano como patrimônio comum da humanidade, definindo regras para a governança internacional do espaço marítimo. Mais recentemente, o Acordo de Paris (2015), simultâneo à Agenda 2030, embora centrado nas emissões atmosféricas, reconhece a função essencial do oceano na regulação climática global, incorporando a acidificação oceânica como um dos efeitos críticos da crise climática. A poluição plástica, por sua vez, se consolida como um elo entre as agendas do clima, da biodiversidade e da saúde: a decomposição do plástico libera gases de efeito estufa, compromete habitats e carrega riscos diretos para populações humanas — sobretudo aquelas costeiras e em situação de vulnerabilidade socioambiental. Em um cenário de degradação crescente dos ecossistemas marinhos, a Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (UNOC 2025) reuniu, entre 9 e 13 de junho, mais de 170 países, incluindo chefes de Estado, ministros, cientistas, representantes de povos tradicionais, setor privado e agências da ONU, na cidade francesa de Nice, localizada às margens do mar Mediterrâneo. A escolha de Nice teve forte simbolismo ambiental e político: a cidade está diretamente exposta ao impacto das mudanças climáticas e da poluição marinha, sendo também um centro estratégico da diplomacia climática europeia. Representantes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) participaram da Conferência. A Fiocruz integrou a delegação brasileira oficial, a convite do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), com uma representação composta pelo coordenador da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030 (EFA 2030), Paulo Gadelha, e, como organização credenciada, pela assessora e pesquisadora Carla Campos. Organizada em conjunto pela França e pela Costa Rica, a Conferência teve como objetivo central acelerar compromissos concretos e mobilizar todos os atores globais em defesa da implementação do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14 (ODS 14) da Agenda 2030: “Conservar e usar de forma sustentável os oceanos, mares e recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável”. Sob o lema “Acelerar a ação e mobilizar todos os atores para conservar e usar o oceano de forma sustentável”, a UNOC 2025 assumiu um caráter particularmente urgente diante da intensificação da crise climática e da emergência ecológica global. A Conferência culminou com a adoção do Plano de Ação para o Oceano de Nice, documento conciso e orientado à ação, acordado intergovernamentalmente e acompanhado de uma série de compromissos voluntários por parte dos Estados-membros e demais atores envolvidos. Da esquerda para a direita, Carla Campos, pesquisadora da Fiocruz e Assessora da EFA 2030, e Paulo Gadelha, Coordenador da EFA 2030 – em frente a um dos pavilhões durante o evento. Na abertura da Conferência, o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, destacou de forma enfática a urgência da ação:“Temos um plano: os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Temos um caminho: a Agenda de Ação de Nice. E temos uma obrigação: fazer a paz com a natureza.”(“We have a plan: the Sustainable Development Goals. We have a pathway: the Nice Action Agenda. And we have an obligation: to make peace with nature.”)Link para o discurso completo na ONU Brasil: potência oceânica e compromisso internacional Com aproximadamente 5,7 milhões de km² de zona econômica exclusiva costeira, o Brasil detém uma das maiores extensões oceânicas do mundo, por isso chamada de “Amazônia Azul” — uma vasta área estratégica para a biodiversidade, soberania nacional, economia e saúde ambiental.  Cerca de 60% de sua população vive em áreas litorâneas, o que confere ao país um papel central nas discussões globais sobre a governança do oceano. O país abriga uma biodiversidade marinha incomparável, culturas costeiras tradicionais, uma ampla atividade pesqueira e zonas economicamente promissoras para o desenvolvimento de energias renováveis offshore, como a eólica. Também enfrenta desafios sérios, como erosão costeira, sobrepesca, lixo marinho e poluição urbana. Durante a UNOC 2025, a delegação brasileira — liderada pelo Itamaraty — esteve presente em diversos espaços multilaterais, reiterando o compromisso do país com a sustentabilidade marinha e com a implementação efetiva do ODS 14. A presença da Fiocruz neste contexto representou o reconhecimento da importância da ciência brasileira para os debates conjuntos sobre saúde, clima e desenvolvimento sustentável. No evento, o Brasil reiterou seu compromisso com a conservação marinha, anunciando, entre outras ações, a intenção de ratificar, ainda este ano, o Tratado da Biodiversidade de Áreas Além da Jurisdição Nacional (Tratado de Alto-Mar), aprovado pelas Nações Unidas em 2023, que visa a garantir a gestão compartilhada, equitativa e transparente da biodiversidade marinha além das fronteiras territoriais. Ao mesmo tempo, a postura brasileira diante de alguns pontos sensíveis do debate chamou atenção. Durante a conferência, 95 países assinaram o chamado “Apelo de Nice”, uma declaração voluntária comprometida com a aceleração do tratado internacional para conter a poluição plástica nos oceanos. O Brasil, oitavo maior poluidor de resíduos plásticos marinhos do mundo, não aderiu ao documento, seguindo a posição de outros países produtores de petróleo do grupo dos BRICS, como China, Rússia e Índia. A decisão gerou críticas de setores da sociedade civil e …

“A COP30 já está acontecendo”

Paulo Gadelha, coordenador da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030, analisa os desafios que a COP do Brasil enfrentará e aborda a relação entre saúde e clima Por Glauber Tiburtino (Radis) Paulo Gadelha era presidente da Fiocruz em 2015, ano em que a Organização das Nações Unidas (ONU) distribuiu 169 metas, distribuídas entre 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), que deveriam ser atingidos até 2030 pelos mais de 190 países signatários do acordo que foram encontrados na Agenda 2030 – Saiba mais em  https://odsbrasil.gov.br Uma década depois, passados ​​dois terços do prazo entre a formulação e o cumprimento desses compromissos, Gadelha coordenou a Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030 (EFA 2030) e vem participando dos processos referentes à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes), a COP30, que ocorre no Brasil, em Belém, em novembro de 2025. O evento anual, voltado para acordos ambientais e realizado desde 1995, tem sido mostrado cada vez mais necessário para o desenvolvimento sustentável e a manutenção da vida no planeta, diante das emergências climáticas e seus efeitos cada vez mais devastadores. A relação entre saúde, ambiente, clima e desenvolvimento pode até parecer óbvia para quem acompanha essas pautas de perto, mas nem sempre foram tratadas de forma integrada. Em entrevista à Radis, Gadelha traça um breve dessa vinculação histórica entre saúde e clima e aborda as estratégias da Fiocruz para contribuir com esses temas. Além disso, explica como a Agenda 2030 e a COP30 também se conectam, valorizam a participação social nesse processo e deixa claro que a COP do Brasil precisa apresentar respostas concretas ao mundo em um momento de crise do multilateralismo. “A ideia de não deixar ninguém para trás é um lema central da Agenda 2030, é a tradução da questão da equidade, é identificar aqueles que estão em situações mais vulneráveis, que revelam de mais atenção”, afirma. Paulo Gadelha, coordenador da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030. Foto: Peter Ilicciev Saúde e Agenda 2030 Como a Fiocruz se insere no debate entre saúde, ambiente e desenvolvimento sustentável? A conexão entre saúde e ambiente — e eu diria também, em um sentido mais amplo, entre saúde e desenvolvimento — é uma marca constitutiva da matriz da Fiocruz. Desde o seu processo de criação, esse tema é central, pensando como a saúde pode contribuir para o desenvolvimento do país, o projeto de nação e de Estado e, obviamente, sempre lastreado pelo papel da ciência e tecnologia. Então, ao longo desses 125 anos [de existência da Fundação Oswaldo Cruz, fundada em 1900], essa articulação e as abordagens que tratam desse tema, a começar pela abordagem ecológica, vêm sendo atualizadas até chegarmos ao conceitos mais críticos de desenvolvimento sustentável, determinantes sócio-econômicos e ambientais da saúde e saúde planetária,  mas sempre centradas em pensar as interações com o ambiente de forma mais ampla, não só o ambiente natural, mas também o social e o econômico. Qual a relação desses temas com os determinantes sociais? A Fiocruz trabalhou muito fortemente — tanto em nível nacional, como em nível global — com a afirmação e o reforço da necessidade dessa compreensão sobre os chamados determinantes econômicos e sociais da saúde, que depois foram sendo integrados e ampliados para também incorporarem a questão dos determinantes ambientais e, para muitos teóricos, há a importância de incluir os determinantes políticos. Ou seja, trabalhar a ideia de que a determinação da saúde envolve o conjunto de fatores que extrapolam ou que o senso comum traz como restrição setorial. A partir disso, esse processo também implicou em um acompanhamento e uma presença muito forte da Fiocruz na própria constituição da Eco92, e depois na Rio+20 (2012), que foi o momento em que se constituíram as bases do que viria ser a Agenda 2030, em 2015. “Pela primeira vez, por meio de um consenso de mais de 190 países [com a Agenda 2030], naturalmente um documento que colocava como mandatório a necessidade de integrar os componentes sociais, econômicos e ambientais” Qual a diferença dos ODS para os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), estabelecidos pela ONU entre 2000 e 2015? Indígenas reunidos em Brasília no 21º Acampamento Terra Livre (ATL), em abril, colocaram o tema da demarcação de terras indígenas como prioritário para a COP30, em Belém— Foto: Juliana Duarte Esse seria o principal ganho da Agenda 2030? Esse é um caráter fundamental e ele se aplica universalmente, não só aos países menos desenvolvidos. Aplica-se aos países desenvolvidos, aos países médios, regiões e territórios. Qualquer lugar pode ser objeto dos ODS. A diretriz da localização como condição essencial da aplicação desses Objetivos e a prioridade conferida às populações submetidas a condições de vulnerabilidade traduz esse olhar para a conjunção entre universalidade e equidade.  E com um lema que hoje é muito repetido e que muitas vezes as pessoas não associam mais à Agenda 2030: a ideia de não deixar ninguém para trás. Esse é um lema central da Agenda 2030. É a tradução da questão da equidade. É identificar aqueles que estão em situações mais vulnerabilizadas, que necessitam de mais atenção. E para que os objetivos não reforcem a discriminação e a iniquidade, eles têm que atingir fundamentalmente aqueles que mais necessitam. Isso diz muito sobre o legado dela… A Agenda 2030, além de ser a referência contemporânea mais significativa de acordos, tem outro grande mérito, que é carregar valores fundamentais. Valores com relação ao que se costuma chamar de “cinco Ps”: pessoas, planeta, prosperidade, paz e parcerias. Esses valores, junto com todo o arcabouço da Agenda, traduzem os ODS e suas escolhas, quais os desafios centrais no mundo contemporâneo, incluindo o clima, as questões de gênero, de segurança alimentar, saúde etc. Na nossa perspectiva, a Agenda 2030 tem um efeito de provocar outra atitude com relação aos problemas globais e sua tradução ao nível local. Portanto, para nós, o seu valor não é só o recorte temporal de 2030, se os ODS serão atingidos ou não — é muito relevante isso, todo o processo de monitoramento …

A missão de hoje é salvar o amanhã!

O IV Fórum Terra 2030 está chegando! 21 de maio, das 08h30 às 17h30, vamos reunir jovens de todo o país para discutir um dos temas mais urgentes da atualidade: O papel da juventude no enfrentamento da crise climática! Na programação, você vai encontrar: Crise climática e seus impactos globais e locais Protagonismo juvenil na construção de soluções sustentáveis Cooperativismo como modelo econômico e social alternativo Inovações e ações territoriais sustentáveis desenvolvidas por jovens Ativismo digital, jornalismo socioambiental e economia circular. O evento será híbrido, com participação presencial no auditório da ESPM Rio e transmissão online. Venha entender o protagonismo da juventude nas transformações sustentáveis! Inscreva-se agora: https://efa2030fiocruz.org/forumterra2030/ Vamos juntos por um futuro mais justo e sustentável! Organização: Fiocruz (EFA 2030), ESPM e UNFPA.

Rumo À COP30, Fiocruz Terá Centro de Clima e Saúde Na Amazônia

PorVanessa Oliveira, do Um Só PlanetaPublicado em 14/04/2025  A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), instituição de pesquisa e desenvolvimento em saúde pública ligada ao Ministério da Saúde, pretende lançar até o fim do ano um centro de pesquisa em clima e saúde na Amazônia. O espaço, que será instalado nas dependências da unidade da instituição em Rondônia, vai estudar a conexão entre a emergência climática, dinâmicas socioambientais da região e saúde pública. Segundo Paulo Gadelha, doutor em saúde pública e coordenador da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030, o objetivo do Centro de Saúde e Clima em Rondônia é criar um espaço que integre a expertise da Fiocruz com as necessidades regionais, especialmente em relação aos efeitos climáticos e ao desmatamento. “O centro vai abordar questões de saúde, iniquidade e os desafios enfrentados pela região amazônica, promovendo uma interação entre o conhecimento tradicional das comunidades locais e o conhecimento científico no contexto da emergência climática“, disse ao Um Só Planeta do jornal O Globo. Com isso, o centro pretende ser um ponto de referência para iniciativas de vigilância em saúde e pesquisa, com foco na realidade dos territórios amazônicos e na identificação de mecanismos que ajudem a lidar com os agravos de saúde relacionados ao clima. A ideia é apresentar os principais eixos de atuação e lançar oficialmente o centro em Rondônia na COP30, a reunião da ONU mais importante sobre mudanças climáticas, que ocorre em Belém, no Pará, em novembro. Gadelha participou na manhã desta quarta-feira da conferência Foecasting Healthy Futures Global Summit, no Rio de Janeiro, que busca angariar propostas dos participantes que possam influenciar diretamente a agenda de negociações da COP30. Em sua fala, o especialista mostrou como o papel do Fiocruz no enfrentamento das mudanças climática no Brasil é multifacetado e envolve diversas iniciativas. A instituição tem buscado cada vez mais integrar a saúde pública com as estratégias de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. “Não é possível pensar nisso como uma área separada, isolada”. Segundo ele, as mudanças climáticas são a maior ameaça global à saúde humana e “a conexão entre as duas agendas é imperativa”. Ele também ressaltou que a crise climática e suas consequências exacerbam problemas sociais, como pobreza e desigualdade. A Fiocruz implementa programas de vigilância em saúde que permitem identificar ameaças climáticas em diferentes territórios e promove soluções ligadas a tecnologias sociais, além de colaborar com outras instituições e autoridades de saúde, tanto no Brasil quanto internacionalmente, para enfrentar os desafios da crise do clima. Gadelha também discutiu a relação entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e o aquecimento global, enfatizando que é “cada vez mais inútil discutir planos de desenvolvimento e políticas climáticas separadamente”. Para o especialista, a agenda dos ODS deve estar “no centro de todas as políticas e planos para combater a mudança climática”. “Apenas 23 de 173 Contribuições Nacionalmente Determinadas já mencionaram explicitamente os ODS, o que indica um desafio significativo na implementação dessa conexão”, ressaltou, defendendo que mais países signatários do Acordo de Paris incluam os ODS da ONU em seus planos nacionais de combate à emergência climática. Foi nesse sentido, inclusive, que a Fiocruz estabeleceu em 2017 a “Estratégia do Fiocruz para a Agenda 2030”, visando conectar seus programas e redes com os objetivos de desenvolvimento sustentável, com o objetivo de abordar essas questões de forma integrada para promover um futuro mais equitativo e sustentável.

Fiocruz Sugere Uma Agenda Climática Inclusiva Em Evento Paralelo Da CEPAL No Chile

Por Cláudio Cordovil EFA 2030/FiocruzPublicado em 10/04/2025 Rômulo Paes, ao centro da imagem, em evento paralelo do Oitavo Encontro do Fórum dos Países da América Latina e do Caribe sobre o Desenvolvimento Sustentável. Foto: Alan Vignoli/ Instituto Selo Social. Durante o Oitavo Encontro do Fórum dos Países da América Latina e do Caribe sobre o Desenvolvimento Sustentável, realizado na sede da CEPAL, em Santiago do Chile, no início de abril, o pesquisador Romulo Paes de Sousa representou a Fiocruz no evento paralelo “COP 30 e o legado da Amazônia para o mundo: sinergias entre democracia, sustentabilidade e desenvolvimento inclusivo”. A ação fez parte da agenda oficial do Fórum, que congrega líderes regionais e globais para discutir os progressos e obstáculos da Agenda 2030, cinco anos antes do seu término.  Com a confirmação de mais de 600 participantes, incluindo ministros, especialistas da ONU e membros da sociedade civil, o evento teve como seus principais focos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) ligados à saúde, igualdade de gênero e colaborações globais. Rômulo Paes enfatizou a importância da Fiocruz na implementação da agenda climática regional.  “Nossa contribuição mais significativa para a COP 30 é a geração de evidências sobre os assuntos climáticos ligados à saúde, bem como a criação de soluções tecnológicas para atenuar os impactos das crises climáticas que o Brasil já enfrenta – e para as quais temos desenvolvido soluções que são relevantes globalmente”, declarou o pesquisador. O evento paralelo, realizado em colaboração com a Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (CNODS), o Itamaraty e a própria CEPAL, serviu como plataforma para intensificar as negociações para a COP 30, que ocorrerá em Belém do Pará, em novembro.   De acordo com Paes, a Fiocruz, enquanto entidade estratégica do Estado brasileiro, desempenha seu papel ao unir ciência, tecnologia e colaboração internacional em favor da saúde e da justiça ambiental.

Forecasting Healthy Futures Global Summit: Fiocruz Apresenta Orientações Para Ações Climáticas Focadas Em Saúde e Equidade

Por  Cláudio Cordovil EFA 2030/Fiocruz Publicado em 10/04/2025 Rio de Janeiro, 9 de abril de 2025 – Durante o painel “Perspectivas do Brasil: rumo à COP30 e reforçando equidade e inclusão no setor saúde”, Paulo Gadelha, coordenador da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030 (EFA 2030), reafirmou o compromisso da Fundação Oswaldo Cruz com a integração entre saúde, clima e desenvolvimento sustentável. O painel integrou a programação do Forecasting Healthy Futures Global Summit, realizado no Hotel Sheraton, no Rio de Janeiro, entre os dias 8 e 10 de abril.  Gadelha dividiu o palco com Agnes Soares da Silva, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e do Trabalhador do Ministério da Saúde, que apresentou “uma versão bastante preliminar”  do Plano de Ação sobre Clima e Saúde, documento que será discutido na COP 30, com o objetivo de adaptar o setor de saúde às mudanças climáticas.  Seus principais objetivos são: Garantir a resiliência dos serviços de saúde durante emergências climáticas; Reforçar a capacidade dos sistemas de saúde para mitigar a morbidade e mortalidade relacionadas ao clima Segundo Agnes, o plano coloca a equidade no centro das ações em clima e saúde, especialmente para populações vulneráveis da Amazônia. A COP 30 é a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que será realizada em Belém, no Pará, em novembro de 2025. O evento reunirá líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil, com os seguintes objetivos: Debater soluções para conter o aquecimento global; Criar alternativas sustentáveis para a vida na Terra; Encontrar soluções para problemas ambientais que afetam o planeta; Negociar compromissos diplomáticos para combater as mudanças climáticas. A escolha de Belém como sede da COP 30 é emblemática, pois coloca a Amazônia no centro das discussões climáticas. Durante sua apresentação, Gadelha enfatizou a conexão entre a Agenda 2030 e o Acordo de Paris como pilar fundamental para as políticas públicas focadas na sustentabilidade e na luta contra as mudanças climáticas. A seu ver, faz cada vez menos sentido debater planos de desenvolvimento e políticas climáticas de forma separada. Para Gadelha, a Agenda 2030 e os seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável devem ser o foco de todas as políticas e estratégias para enfrentar as mudanças climáticas. Gadelha destacou que a Estratégia Fiocruz para Clima e Saúde, estabelecida em 2024, representa a resposta institucional da Fundação à problematização crescente dos efeitos climáticos na saúde. Segundo ele, a iniciativa está estruturada em cinco áreas prioritárias: Gerar e disseminar conhecimento para apoiar a ação climática, a saúde e a equidade, com foco em populações vulneráveis. Fortalecer a resiliência do SUS frente aos impactos climáticos e incorporar a sustentabilidade ao Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS). Preparar-se e responder a eventos climáticos, atualizando marcos de referência e desenvolvendo ferramentas de implementação. Atuar em nível territorial, promovendo ecologia do conhecimento, laboratórios colaborativos e ações compartilhadas com comunidades para mitigação e adaptação climática. Promover tecnologias sociais para ampliar a equidade em saúde e a adaptação às mudanças climáticas. Adotar a abordagem “Saúde Única”, integrando saúde humana, animal e ambiental. Entre as iniciativas da Fiocruz na interface Clima/Saúde destacadas por Gadelha na ocasião, encontram-se: Observatório de Clima e Saúde Uma plataforma de monitoramento que integra dados ambientais e de saúde para apoiar políticas públicas e a vigilância em tempo real. CIDACS – Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde Realiza estudos e pesquisas com base em projetos interdisciplinares utilizando ligação de grandes bases de dados (big data) para aprofundar o entendimento sobre determinantes sociais e ambientais e as políticas que impactam a saúde da população. PITSS – Programa Institucional de Territórios Saudáveis e Sustentáveis Programa voltado a induzir, articular e fortalecer ações territorializadas que promovam saúde e sustentabilidade. Integra conhecimentos e práticas relacionadas aos determinantes socioambientais da saúde e incorpora os objetivos aspiracionais da Agenda 2030. INCT – Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Uma Só Saúde e Emergências Rede de pesquisa com foco em resposta a desastres, mudanças climáticas e riscos à saúde, integrando os campos da saúde humana, animal e ambiental. Na oportunidade, o Coordenador da EFA 2030 destacou duas iniciativas em andamento do governo brasileiro: a criação do Centro de Síntese em Saúde para Mudança do Clima, perda da Biodiversidade e Poluição e do Centro de Clima e Saúde de Rondônia (CCSRO).  O Centro de Síntese em Saúde para Mudança do Clima, perda da Biodiversidade e Poluição tem como missão organizar e traduzir evidências científicas sobre determinantes socioambientais da saúde, promovendo inovação nos campos da saúde e do meio ambiente com foco na melhoria das condições de vida da população brasileira e no fortalecimento do SUS.  Já o Centro de Clima e Saúde de Rondônia atuará com abrangência nacional e foco na Amazônia, reunindo geração e disseminação de conhecimento, promoção de tecnologias sociais e preparação para eventos extremos. A iniciativa integra a abordagem “Saúde Única”, considerando os efeitos das mudanças climáticas sobre doenças emergentes e a perda de biodiversidade. Este centro vai estabelecer parcerias com universidades, movimentos sociais e comunidades locais, sendo uma das contribuições da Fiocruz para a COP30 e para a cooperação pan-amazônica em saúde e clima. Gadelha também compartilhou informações do Relatório Síntese da ONU acerca das Sinergias entre a Agenda 2030 e o Acordo de Paris (2024), que aponta que 80% das metas dos ODS da Agenda 2030 estão alinhadas com a agenda climática. Contudo, das 173 Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) apresentadas à Convenção do Clima da ONU, apenas 23 fazem referência aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, e nenhuma explica como as medidas climáticas afetam a sua execução. Sobre o Forecasting Healthy Futures Global Summit O Forecasting Healthy Futures Global Summit é um encontro global realizado anualmente pela iniciativa Forecasting Healthy Futures, sob a liderança da organização Malaria No More, com o suporte da coalizão Reaching the Last Mile. O Summit, que teve suas primeiras edições em Abu Dhabi (2023) e Baku (2024), tem congregado líderes mundiais, cientistas e formuladores de políticas públicas para debater soluções integradas entre saúde e clima. O evento deste …